O ex-diretor-chefe do FMI Dominique Strauss-Kahn será interrogado pela polícia na próxima semana, em uma investigação sobre uma suposta rede de prostituição no norte da França, disseram autoridades francesas. Suspeito de envolvimento com o esquema, Strauss-Kahn foi convocado para depor na terça-feira, e pode ser detido por até 48 horas sem uma acusação formal. Ele renunciou ao comando do FMI em maio de 2011, depois de ser acusado de estuprar a camareira de um hotel em Nova York. Embora a Justiça americana tenha rejeitado a acusação, o caso acabou com os planos de Strauss-Kahn de concorrer à Presidência da França este ano - antes do escândalo, ele liderava as pesquisas de intenção de voto. Um inquérito sobre acusações de estupro feitas contra Strauss-Kahn pela escritora francesa Tristane Banon também foi abandonado. No entanto, o ex-diretor do FMI ainda enfrenta um processo civil nos EUA, movido por sua suposta vítima de Nova York, a camareira Nafissatou Diallo. Strauss-Kahn sempre negou ter feito qualquer coisa de errado. 'Caso Carlton' O mais recente escândalo envolve uma suposta rede de prostituição e a realização de orgias em hotéis de luxo na cidade francesa de Lille. Por meses, jornais franceses relataram a suposta ligação entre o ex-diretor do FMI e o esquema de fornecimento de garotas de programa, em um episódio apelidado de "caso Carlton", nome do hotel de Lille onde clientes supostamente recebiam prostitutas. Sair com prostitutas é algo legal segundo a lei francesa, mas fornecer serviços de prostituição a terceiros é ilegal. A França também proíbe que autoridades aceitem qualquer tipo de presente de empresas. Relatos indicam que Strauss-Kahn pode ser processado se a Justiça considerar que ele sabia que as mulheres que participavam das orgias em que ele supostamente estava presente eram prostitutas. Segundo a agência Reuters, o advogado de Strauss-Kahn disse anteriormente que seu cliente acreditava estar participando de festas de trocas de casais, sem razão para acreditar que as mulheres envolvidas eram garotas de programa. O caso também levou à detenção de diversas personalidades da cidade, como empresários e chefes de polícia. Strauss-Kahn pediu para ser interrogado pelos juízes que comandam a investigação, na esperança de que isso limpe seu nome e interrompa a divulgação de notícias sobre o caso nos jornais. Advogados de Strauss-Kahn já alertaram que tomarão medidas legais, alegando invasão de privacidade. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
Notícias em alta | Brasil
Veja mais em brasil