Supermercados têm faturamento maior, mas volume recua

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Por Redação
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Os supermercados brasileiros encerraram agosto com aumento de 5,57 por cento no faturamento real acumulado desde janeiro, enquanto no mesmo período o volume de vendas recuou, em meio a preços maiores e menor demanda, traçando um cenário de estabilização após forte crescimento no primeiro semestre. "A queda do desemprego e o aumento da massa salarial, bem como a recuperação do setor industrial do país, indicam boas perspectivas para o restante do ano", afirmou o presidente da associação que representa o setor no país, Abras, Sussumu Honda, nesta quinta-feira. A previsão da entidade para o fechado de 2012 é de crescimento de cerca de 5 por cento nas vendas do setor. Se considerado apenas o mês de agosto, as vendas reais cresceram 3,91 por cento ante o mesmo mês em 2011 e subiram 1,71 por cento em relação a julho. Já em termos de volume, as vendas do setor em 2012 até agosto registraram queda de 0,1 por cento. Em igual período do ano passado, as vendas haviam subido 2,6 por cento. "A base de comparação é forte, então está havendo um processo de estabilização", disse Honda. O maior crescimento das vendas em volume no ano até agosto foi apurado pela cesta de bebidas não-alcoólicas, com alta de 1,4 por cento, seguida por mercearia doce (+0,5 por cento) e perecíveis (+0,3 por cento). Por outro lado, a cesta de bebidas alcoólicas teve a queda mais expressiva, com o volume de vendas recuando em 0,3 por cento no acumulado até agosto, comparado a forte alta de 7,2 por cento um ano antes. Segundo Honda, pesou sobre a cesta de bebidas alcoólicas o ambiente de crise econômica, somado a preços mais altos de cerveja --que tem a maior participação na cesta-- e fatores climáticos. "O alto verão foi mais frio e houve aumento de impostos para produção de cerveja, o que não ajudou (as vendas)", disse ele. "À medida que a economia se recupera, as vendas de cerveja devem ser retomadas." Isoladamente, os produtos com maior crescimento no volume de vendas de janeiro a agosto foram bolo industrializado (+24,8 por cento), suco de frutas pronto (+15 por cento) e vinho (+9,9 por cento). As maiores quedas foram de inseticida (-11,3 por cento), sabão em barra (-10,4 por cento) e pilha (-7,8 por cento). PRESSÃO DE PREÇOS A entidade apresentou também os dados da cesta AbrasMercado, composta por 35 produtos e calculada pela GfK, que em agosto subiu 0,96 por cento sobre o mês anterior, para 322,88 reais. Na relação anual, o valor da cesta aumentou 6,8 por cento. "Estamos vendo crescimento forte nesse indicador, que está alto e preocupa... já eram previstos aumentos de preços de alguns produtos", assinalou Honda. Segundo ele, a AbrasMercado está em linha com o IPCA-alimentos, índice oficial de inflação do setor. "Esperamos que continue havendo pressão de preços, principalmente produtos in natura e commodities, que acabam se refletindo nos produtos industrializados", acrescentou. Os produtos com maiores altas de preço em agosto ante julho foram batata (+12,1 por cento), tomate (+10,2 por cento) e pernil (+6,3 por cento). As maiores quedas foram feijão (-5,3 por cento), cebola(-3,2 por cento) e leite em pó integral (-1,5 por cento). (Por Vivian Pereira)

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