Suzane Louise Von Richthofen, estudante de 19 anos, confessou à polícia que planejou a morte dos pais. Delegados do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) declararam em entrevista coletiva que a adolescente disse estar arrependida e que cometeu o crime por amor, pois queria morar com o namorado, Daniel Cravinhos de Paula Silva, de 21 anos, e os pais eram contra. Daniel foi cúmplice no crime, segundo a polícia. Eles tramaram a morte do engenheiro Manfred Albert Richthofen e sua mulher, a psiquiatra Marísia Von Richthofen, em conjunto com o irmão de Daniel, Cristian Cravinhos de Paula e Silva, de 26 anos. A polícia chegou a essa conclusão depois de tomar os depoimentos dos três por quase 12 horas. O diretor do DHPP, Domingos Paulo Neto, confirmou durante a entrevista a autoria da morte do casal, que ocorreu no último dia 31. O delegado explicou que Daniel foi quem atacou o engenheiro Manfred, enquanto Cristian matou a psiquiatra Marísia, a pauladas. "As vítimas foram atingidas na cabeça", contou o delegado. O diretor do DHPP informou que o casal "chegou a acordar, mas foi rapidamente eliminado com golpes" desferidos pelos assassinos. O depoimento de Cristian narrando como foi o crime mostrou que o casal foi executado com brutalidade, disse o delegado: "Ele (Cristian) deu cinco golpes na cabeça da mãe de Suzane. Ela tentou se proteger com as mãos, e seus dedos foram também atingidos. Depois de golpeá-la, ele colocou uma toalha na boca da senhora Marísia, travando a sua respiração, e colocou um saco de lixo na cabeça da vítima, e depois a esganou". De acordo com o delegado, o engenheiro teve o mesmo destino nas mãos de Daniel. Após o crime, os dois foram até a biblioteca da casa para "desarrumar" o ambiente, tentando forjar a cena do crime. "Como tinham o conhecimento do compartimento secreto onde ficavam as jóias e o revólver, espalharam as jóias pelo ambiente e colocaram o revólver próximo do corpo do engenheiro. Ainda segundo o diretor do DHPP, os irmãos Daniel Cravinhos de Paula e Cristian usaram meias-calça para que nenhum pêlo que os identificasse posteriormente ficasse pelo ambiente. Além disso, eles também usaram luvas cirúrgicas, que foram entregues pela filha do casal, Suzane, tiradas dos pertences da mãe dela, uma psiquiatra. "Esse material, os instrumentos do crime e as roupas utilizadas foram colocados no interior de um saco e levados ao veículo e depois abandonados na região da Avenida Ibirapuera", disse o policial. Ele afirmou que, durante os interrogatórios, o casal de namorados entrou em contradição, o que despertou mais suspeitas na polícia. Na casa de Cristian foram apreendidos dinheiro, ouro, uma porção de maconha, entre outros objetos. A filha do casal alegou estar arrependida, disse que praticou o crime por amor e garantiu que seu irmão, Andreas, não sabia de nada. Acompanhe toda a história nos links abaixo. » Quinta, 31/10: Casal é assassinado no Campo Belo » Para vizinhos, casal era "simpático e reservado" » Sexta, 1/11: Policiais investigam namorado e filha do casal » Segunda, 4/11: Filha do casal depõe pela segunda vez » Terça, 5/11: Polícia volta à mansão do casal assassinado » Quarta, 6/11: Para Polícia, casal foi assassinado por vingança » Quinta, 7/11: Preso o irmão do namorado da filha » Sexta, 8/11: Pedida prisão de suspeito de matar o casal » A Polícia conclui: Suzane, a filha, tramou o assassinato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.