Temporão aponta piora em obesidade e partos no País

O ministro ainda reclamou da pressão de empresas na de alimentos na escolha das cantinas escolares

PUBLICIDADE

Por Leonencio Nossa
1 min de leitura

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, adiantou que o governo anunciará na quinta-feira, 3, pesquisa que registra piora nos dados sobre obesidade de mulheres e crianças e partos por cesariana. Ao participar de encontro do Conselho de Segurança Alimentar, no auditório do Palácio do Planalto, ele avaliou que é preocupante a situação apresentada pela Pesquisa de Demografia e Saúde Materno Infantil. "Temos duas questões que não melhoraram: as questões da obesidade e do parto pioraram", disse, sem apresentar números. Durante o encontro, o ministro disse também estar preocupado com o problema das cantinas nas escolas e dos produtos semiprontos, comprados nos supermercados, que têm excesso de sal e gordura. Temporão ainda reclamou da pressão e dos interesses de grandes grupos empresariais na área. O ministro reclamou de críticas da imprensa a novos critérios na publicidade de medicamentos, bebidas alcoólicas e alimentos. "Um editorial do jornal 'O Globo' disse que eu não entendia de publicidade", afirmou. "Eu entendo sim, minha tese de mestrado em 1984 foi sobre publicidade e medicamentos." Na avaliação do ministro, a mídia adotou uma campanha que defende o consumo liberado de todos os produtos. "Há uma esquizofrenia, coma qualquer coisa. Mas se comer, vai parar no médico", disse. Ele ressaltou que essas questões são polêmicas e devem ser discutidas por todos os setores sociais. Transplantes O ministro evitou comentar o fechamento do setor de transplantes do Hospital Clementino Fraga Filho, na ilha do Fundão, da Universidade Federal do Rio. Ele disse que o problema deve ser discutido pela direção do hospital e pelo município. "A questão do hospital de Fundão é responsabilidade do gestor local e do secretário municipal do Rio", disse. Técnicos do governo federal ressaltam que o repasse de recursos para o hospital aumentou 48% no ano passado para procedimentos na área de transplantes de rim e fígado, passando de R$ 2,9 milhões para R$ 4,3 milhões mensais. Reportagem publicada hoje pelo Estado informa que, desde abril, cinco pacientes do hospital que aguardavam procedimento morreram e 700 aguardam na fila um transplante.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.