Tensão na Turquia pode ofuscar reunião sobre Iraque

Americanos e turcos discutem ações do grupo rebelde curdo PKK na fronteira.

PUBLICIDADE

Por BBC Brasil
1 min de leitura

Uma segunda rodada internacional de negociações sobre a estabilidade e segurança do Iraque começa neste sábado na cidade turca de Istambul, mas o encontro pode ficar ofuscado pela tensão na fronteira da Turquia. Ministros estrangeiros dos seis países vizinhos ao Iraque se encontrarão com diplomatas das Nações Unidas, do G8 (grupo de nações mais industrializadas do mundo) e de entidades islâmicas e árabes. Apesar de o Iraque ser o principal assunto da pauta, encontros paralelos devem discutir a atuação do grupo rebelde curdo PKK na fronteira entre Turquia e Iraque. O governo da Turquia tem pressionado o governo dos Estados Unidos para se manifestar mais veementemente contra o PKK. O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ali Babacan, encontrou-se com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, na sexta-feira na capital Ancara. Após o encontro, Rice disse que o PKK é um "inimigo em comum". "Aqui é onde as palavras terminam e as ações precisam começar", disse Babacan. Os dois devem voltar a se encontrar no sábado, em uma reunião paralela à conferência de Istambul sobre o Iraque. O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Hoshyar Zebari, também deve participar da reunião. Na segunda-feira, o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, irá para Washington para discutir o assunto com o presidente americano, George W. Bush. Em Istambul, a rodada de negociação deve focar nas contribuições que os países vizinhos ao Iraque podem dar para estabilizar o país. A primeira rodada do tipo aconteceu na cidade egípcia de Sharm el-Scheik em maio deste ano. Apesar de boas intenções, o encontro não gerou resultados concretos. Antes de viajar para Istambul, o primeiro-ministro do Iraque, Nouri Maliki, disse que Bagdá espera que desta vez sejam tomadas medidas práticas na reunião, além de palavras vagas. Segundo o correspondente da BBC, Jim Muir, os iraquianos vão tentar demonstrar que quase todos os tipos de violência no país tiveram redução nos últimos meses. Em especial, os diplomatas estarão atentos para a relação que Condoleezza Rice estabelecerá com os líderes do Irã e da Síria, afirma Muir. Além do Iraque, outro país que deve ser discutido no encontro é o Líbano, que atravessa uma crise devido às eleições presidenciais. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.