O número de presos no País passou de 290 mil em 2003 para 410 mil neste ano, ou aproximadamente 41,4%, segundo dados fornecidos pelo secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay. Ainda, metade dos detentos sequer teria sido julgada. O secretário está em Genebra onde participou de encontro promovido pela Suíça e pelo Canadá, pela disseminação da Convenção de Genebra sobre Violência Armada e Desenvolvimento, no Comitê da Cruz Vermelha Internacional. Ele apresentou a 70 países o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), lançado em agosto. "Observamos um aumento expressivo no número de presos no País", afirmou Abramovay. Segundo ele, a tendência é de que esse número seja ainda maior nos próximos anos. O secretário admite que muitos esperam meses para serem julgados e conseguir uma pena alternativa. O problema é que esperam nas prisões. "No Pará, por exemplo, esse tempo de espera é de em média um ano", afirmou. Segundo Abramovay, o Pronasci tentará acabar com esses problemas com uma estratégia "inédita" no combate à criminalidade. Além de criar escolas em presídios, o governo espera garantir que até o final do mandato do presidente Luis Inácio Lula da Silva nenhuma mulher tenha de compartilhar cela com homens. O secretário afirmou que 90 penitenciárias serão criadas para jovens e mulheres.