A montadora japonesa Toyota anunciou ontem que suspendeu as vendas, nos Estados Unidos, de oito modelos que haviam sido alvo de um recall na semana passada por problemas no acelerador. O anúncio é o mais novo e o mais sério de uma lista de problemas com a qualidade dos veículos que a maior montadora do mundo vem enfrentando nos últimos tempos.A suspensão das vendas envolve uma porção considerável da frota da Toyota e alguns dos seus veículos mais populares, incluindo o Camry e o Corolla. Como parte do plano, a Toyota também vai suspender a produção em cinco fábricas na próxima semana, "para avaliar e coordenar atividades". São pelo menos 2,3 milhões de veículos envolvidos no recall anunciado na semana passada."Essa ação é necessária até que uma solução seja encontrada", disse Bob Carter, vice-presidente e gerente-geral do grupo Toyota. Segundo a empresa, o recall envolve os modelos RAV4 (2009 e 2010), Corolla (2009 e 2010), Camry (2007 a 2010), Matrix (2009 e 2010), Avalon (2005 a 2010), Highlander (2010), Tundra (2007 a 2010) e Sequoia (2008 a 2010).Aaron Bragman, analista da consultoria IHS Global Insight em Troy, Michigan, disse que a Toyota vende em média 65 mil Camrys e Corollas por mês, e a suspensão das vendas pode acabar com a reputação de qualidade do grupo. "É muito grave se eles não podem vender os veículos e não conseguem identificar o problema. Eles precisam conseguir uma solução para isso bem rápido."A Toyota vendeu mais de 34 mil Camrys em dezembro, o que fez do sedã médio o carro mais vendido no mercado americano, com 3,4% do mercado. As vendas cresceram 38% em relação ao ano anterior. As vendas do Corolla e do Matrix, um sedã pequeno e um hatchback, respectivamente, totalizaram 34,2 mil unidades no mês passado, com 3,3% do mercado e crescimento de vendas de 55% em relação a dezembro de 2008.Não ficou muito claro quanto tempo a Toyota pretende manter suspensa a produção dos veículos. Em uma mensagem eletrônica aos empregados, a direção da empresa disse não saber ainda "quanto tempo essa suspensão vai durar". Mas afirmou que fará todos os esforços para retomar a produção o mais breve possível. Procurada, a direção da empresa não se pronunciou sobre o assunto.