Tripulante de cruzeiro pode ter morrido de gripe suína

Só exames de garçonete poderão confirmar se houve contaminação pelo vírus H1N1; dez pessoas foram internadas

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Por Zuleide de Barros
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Os exames clínicos e laboratoriais de Fabiana Pasquarelli, de 30 anos - a tripulante do navio MSC Armonia que morreu na madrugada de sábado em Santos, depois de permanecer internada desde a última quarta-feira no Hospital Ana Costa -, foram encaminhados na manhã de ontem ao Instituto Adolfo Lutz, na capital. O infectologista Evaldo Stanislau pediu urgência nos resultados, mesmo levando-se em conta o feriado de Carnaval, diante da suspeita de contaminação pelo vírus H1N1, mais conhecido como gripe suína. De acordo com informações dos familiares de Fabiana, que trabalhava como garçonete no navio, ela vinha apresentando sintomas de febre e tosse há uma semana. Somente na quarta-feira, quando o transatlântico atracou no porto de Santos, ela foi encaminhada ao hospital, já com o quadro agravado e tendo de respirar com ajuda de aparelhos. O quadro evoluiu para um processo infeccioso generalizado, que levou a paciente a óbito. O corpo de Fabiana foi enterrado na manhã de ontem, em Santos. Dos dez pacientes (sete tripulantes e três passageiros) do mesmo navio, que também foram internados no Hospital Ana Costa, entre sexta-feira e sábado, cinco tiveram alta no início da tarde de ontem, entre eles uma criança. As cinco pessoas que permanecem internadas estão bem, de acordo com o hospital, mas só serão liberados na manhã de hoje, após o resultado de alguns exames laboratoriais. Os pacientes que obtiveram alta vão permanecer em observação, em casa. Os cerca de 2 mil passageiros do MSC Armonia tiveram de aguardar a inspeção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no navio antes de desembarcar, no sábado. A Vigilância Epidemiológica de Santos também inspecionou o navio e determinou a vacinação dos tripulantes com a tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba). Denúncia. O advogado da família de Fabiana, Vicente Cascione, informou que, mesmo doente, a tripulante não teve autorização para descer do navio, ainda no Rio de Janeiro, quando o cruzeiro passava pela Ilha Grande. Ela teria dito à mãe que não estava bem, mas teria de embarcar para não perder o emprego. O advogado denunciou as más condições de trabalho a que são submetidos os tripulantes desses cruzeiros. A Assessoria de Imprensa da MSC, operadora do navio Armonia, contestou as acusações. "Assim que ela se queixou do mal-estar foi encaminhada imediatamente ao Hospital Ana Costa", informou a assessoria, negando más condições de trabalho. "A MSC segue rigorosamente as recomendações da Organização Marítima Internacional."