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Tucano diz representar nova política, com menos discurso e mais ação

Tucano diz que corrupção se generalizou na atual gestão, mas negou corrupção na Nossa Caixa durante seu governo em São Paulo; ele também negou que tenha feito acordo para fim da reeleição

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Por Agencia Estado
Atualização:

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, disse em entrevista ao Estado não ver razão para haver um segundo mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Questionado pela colunista de O Estado de S. Paulo Dora Kramer, durante sabatina ocorrida nesta manhã no jornal "O Estado de S. Paulo", sobre qual será o mote que usará para receber o voto dos eleitores e ir para o segundo turno, Alckmin respondeu representa uma nova política, em que há "menos discurso e mais ação". Geraldo Alckmin abre o ciclo de entrevistas com os quatro primeiros colocados nas pesquisas sobre a disputa presidencial. O próximo sabatinado será o candidato Cristovam Buarque. Segundo o candidato do PSDB, um presidente só é reeleito quando fez um grande governo ou possui um grande sonho. "Este governo é um descalabro sob o ponto de vista ético. Nesta gestão, a corrupção se generalizou na máquina pública, contaminando os poderes. O Brasil regrediu", afirmou. "O sonho deste governo é manter-se no poder", completou. Para Alckmin, o governo não funciona. Ele citou números para justificar sua opinião. "Temos 34 ministérios, a carga tributária representa 39% do PIB e investe 0,4%. Há mais de duas mil obras paradas atualmente no País", disse. Alckmin questionou a força política do governo para emendar um segundo mandato. "Onde está a base de sustentação o governo?", questionou, citando especificamente o deputado Ney Suassuna (PMDB-PB), Jader Barbalho (ex-senador, PMDB-PA) e Newton Cardoso (candidato ao Senado por Minas pelo PMDB), envolvidos em denúncias de corrupção. Reeleição O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, negou que tenha feito um acordo com José Serra e Aécio Neves, companheiros de partido e possíveis candidatos a presidente em 2010, para o fim da reeleição. Segundo ele, a reeleição não é um problema e sim o uso que certos políticos fazem dela. "A emenda constitucional da reeleição não foi regulamentada até hoje. Temos vistos abusos flagrantes e utilização da máquina pública." Alckmin afirmou que se a emenda não for regulamentada, ajudará a acabar com a reeleição. "Tudo se faz em véspera de eleição. Se não forem estabelecidos limites, vou apoiar o fim da reeleição." Questionado sobre a possibilidade de ser ultrapassado pela candidata Heloísa Helena (PSOL), Alckmin disse que respeita a adversária. "Acho uma pessoa séria, corajosa, autêntica, por quem tenho grande respeito. Ela vai trabalhar para tentar chegar ao segundo turno, eu também. E nisso, nenhum problema. Ela ajuda o processo eleitoral, como eu também ajudo." Estratégia O candidato usou um ensinamento que diz ter aprendido com seu pai para explicar sua estratégia mais propositiva na campanha eleitoral. "Os eventuais erros de seus adversários não aumentam em nada suas qualidades". O ex-governador de São Paulo disse ter ouvido esse conselho paterno após um comício em Pindamonhangaba, durante a disputa pela prefeitura local, quando encerrou um comício batendo forte nos adversários. Segundo o ex-governador, as pessoas ficam impressionadas com pesquisas, o que é ótimo. "Mas tem que comparar as circunstâncias", destacou, ao listar que o presidente Luis Inácio Lula da Silva disputou seis eleições presidenciais (incluindo os dois turnos em 2002, contra o também tucano José Serra). "É um recall enorme. Eu não sou conhecido ainda, mas a campanha começou ontem (com o início do horário eleitoral gratuito. Zerou tudo". Alckmin lembrou que o ex-governador Mario Covas iniciou uma campanha com menos de 18% das intenções, contra Paulo Maluf, que nunca teve menos de 40% antes da campanha no rádio e TV ter se iniciado. Na ocasião, Covas foi ao segundo turno e venceu Maluf. Nossa Caixa Geraldo Alckmin rebateu que a administração dele no governo paulista enfrentou denúncias de corrupção, na contratação de agência publicitária da Nossa Caixa. "Houve um erro. A agência de publicidade foi contratada por licitação por 18 meses podendo ter o contrato prorrogado por mais 18 meses. O contrato não foi prorrogado e, dois meses depois, a direção do banco cancelou o contrato, abriu sindicância e o responsável foi demitido", relatou o candidato. O tucano também rechaçou a acusação de que o governo dele em São Paulo impediu a abertura de uma série de CPIs na Assembléia Legislativa. "CPI é coisa séria, não objeto de luta política. De novo o PT queria fazer CPI aqui porque havia CPI em Brasília, dentro de uma tática de que somos todos iguais", justificou o candidato. "Não somos iguais." Ao ser lembrado que foram requisitadas CPIs para investigar os contratos do Rodoanel e a Nossa Caixa, entre outros, Alckmin insistiu que não aceitaria fazer luta política nesses caso e observou que a Assembléia é um poder independente do Executivo. Mais uma vez, o tucano foi avisado que possuía a maioria da bancada na Casa, mas rejeitou tal observação: "Se eu tivesse a maioria na Assembléia, teria eleito o meu candidato a presidente (do legislativo paulista). O PSDB não participa nem sequer da mesa da Assembléia". Alckmin foi entrevistado por um grupo de jornalistas do Grupo Estado. Os quatro primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto para a disputa presidencial serão sabatinados. O próximo participante será o candidato do PDT à Presidência, Cristovam Buarque, na quinta-feira (18/8), às 10h.

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