PARADO - Túnel Tribunal de Justiça alagou e teve de ser fechado
O Túnel Tribunal de Justiça, sob a Avenida Santo Amaro, permaneceu interditado por quase 24 horas por causa de alagamento. A água atingiu 2,5 metros de altura. Até as 23 horas, técnicos da Prefeitura ainda trabalhavam no bombeamento da água. O subprefeito de Pinheiros, Geraldo Mantovani Filho, disse que era difícil dar prazos para a liberação. "Os esforços são para que a situação seja normalizada por volta das 6 horas (de hoje)."
A inundação começou por volta das 1h35 de ontem, quando o fornecimento de energia foi interrompido e a central de controle das três bombas foram desligadas. "Não deu tempo para o gerador ligar e o sistema ser normalizado", disse Mantovani. Quando a luz voltou, as bombas estavam submersas e não funcionavam.
O empresário Hélio Motta Neto, de 35 anos, viu seu Golf afundar, às 2 horas. O trânsito estava liberado e a água já atingia a metade do pneu. "Meu carro morreu. Tentei ligar algumas vezes, mas a água subiu depressa." A retirada da água começou a ser feita às 14 horas, 12 depois o início do alagamento. A demora, disse o subprefeito, é o tempo normal para ligar três bombas móveis. A subprefeitura pediu reforço de mais cinco máquinas de sucção. Até o fim da noite de ontem, elas ainda não haviam chegado.
Outros quatro túneis foram fechados: Cidade Jardim, Anhangabaú, Ayrton Senna e Rebouças. Mas, nesses casos, a interdição durou menos de quatro horas. Para diminuir o impacto da interdição, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) fechou o Túnel Sebastião Camargo no sentido Juscelino Kubitschek. O fluxo do Túnel Ayrton Senna foi desviado para as Avenidas Pedro Álvares Cabral e Brasil. Algumas ruas tiveram o sentido alterado e a JK foi interditada na altura da Avenida Chedid Jafet.
PREJUÍZOS PELA CIDADE
O Ipiranga, na zona sul, amanheceu debaixo de terra. A região foi afetada pelo transbordamento do Rio Tamanduateí. O nível da água começou a subir às 3 horas e só baixou às 7h30. O gerente Anderson Aparecido, de 26 anos, calcula que os prejuízos da loja onde trabalha, na Avenida do Estado, devem chegar a R$ 15 mil. "Tínhamos acabado de comprar uma mesa de R$ 2,5 mil", lamentou.
A Vila Mariana, na zona sul, registrou um índice pluviométrico de 112 milímetros, o maior em 50 anos, segundo o prefeito Gilberto Kassab (DEM). Tanta chuva não poupou os moradores de um prédio de alto padrão na Rua Ascendino Reis. A água invadiu as garagens. "Uma hora depois que a chuva começou não dava mais para andar aqui", diz a empresária Angélica Vitale, de 30 anos, dona de uma agência vizinha. O empresário Walter Gebenlian, de 53 anos, também vizinho, estima prejuízo de R$ 50 mil. "As tampas dos bueiros saíram e se formou um chafariz."
Duas escolas de samba foram atingidas. Parte do muro da quadra da Águia de Ouro, localizada debaixo do Viaduto Pompeia, na zona oeste, não suportou a correnteza. O barracão da Pérola Negra, também na Pompeia, ficou submerso em mais de um metro. Os funcionários tiveram de correr para salvar fantasias.
O temporal também causou danos ao Playcenter, na zona norte. A área 3 amanheceu alagada, e o parque de diversão não funcionou ontem.
TRENS
Os trens das Linhas 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú) e 10-Turquesa (Rio Grande da Serra-Luz) atrasaram as primeiras partidas em mais de duas horas, prejudicando 72 mil usuários da CPTM. Por volta das 8 horas, os serviços foram normalizados nos trens metropolitanos. Os ônibus da SPTrans sofreram atraso na partida ou alteração de itinerário.