O ministro do Interior da Turquia, Besir Atalay, disse que diversas pessoas foram presas neste sábado por suspeita de envolvimento no duplo atentado a bomba que deixou 17 mortos em Istambul no domingo passado. Atalay culpou rebeldes curdos pelos ataques, que foram considerados os piores ocorridos na Turquia nos últimos cinco anos. No entanto, o grupo separatista Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo) nega qualquer envolvimento nos atentados. O líder do PKK, Zubeyir Aydar, disse que o grupo não tinha ligação com os ataques e sugeriu que eles tivessem sido realizados por "forças sombrias", em uma aparente referência a grupos ultranacionalistas. O ministro turco disse que "a maioria" dos envolvidos nos ataques foram presos, mas não especificou o número exato de pessoas detidas. No entanto, segundo a agência de notícias turca Anatolia, um promotor pediu a um tribunal de Istambul que indicie oito suspeitos detidos em conexão com os atentados e libere outros dois. "Marca registrada" Apesar de o PKK negar participação nos atentados, os serviços de segurança turcos afirmam que os ataques tiveram a marca registrada do grupo. "Nossa opinião é que esse ataque cruel foi trabalho do sanguinário grupo separatista", disse Atalay. "Aqueles que ajudaram, aqueles que deram abrigo e aqueles que participaram do ataque foram presos", afirmou. Antes das declarações de Atalay, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, havia sugerido que o PKK estivesse por trás dos ataques, ao afirmar que os atentados eram "o preço" da campanha militar do governo contra os rebeldes. A Turquia, os Estados Unidos e a União Européia consideram o PKK uma organização terrorista. O grupo foi formado no final da década de 70 e luta pela autonomia curda. Calcula-se que cerca de 40 mil pessoas tenham morrido desde 1984, quando o grupo iniciou a luta armada contra o governo turco. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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