Era só o que faltava! O ministro Gilmar Mendes quer acabar com o que a Polícia Federal tem de melhor: o marketing. Responsável, entre outras coisas que irritam o presidente do STF, pelo batismo daquelas operações cujos nomes evocam a mitologia grega à luz do crime contemporâneo. Muita gente no Brasil aprendeu o que sabe a respeito de Eros e Afrodite em notícias sobre apreensão de remédios contra a disfunção erétil e de combate ao tráfico de mulheres, respectivamente.
Polícia também é cultura quando vai buscar analogia para suas ações em Ícaro, Artemis, Euterpe, Temis ou no bom e velho Cavalo de Tróia. Mas o ministro Gilmar Mendes acha isso tudo uma palhaçada: recomendou que juízes evitem utilizar em seus despachos tal nomenclatura. Enfim, tem gente que não gosta até de samba e, como diria João Gilberto, "pra que discutir com Gilmar?"
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