UE concorda em ampliar sanções sobre setores da economia do Irã

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Por Redação
2 min de leitura

Por Justyna Pawlak e Sebastian Moffett

LUXEMBURGO, 15 Out - Os governos da União Europeia concordaram nesta segunda-feira em impor novas sanções contra os setores bancário, de transportes e industrial do Irã, aumentando a pressão financeira sobre Teerã na esperança de convencer a República Islâmica a começar negociações sérias sobre seu programa nuclear.

A decisão dos ministros de Relações Exteriores da UE reflete preocupações crescentes sobre as intenções nucleares do Irã e as ameaças israelenses de atacar instalações atômicas iranianas, caso uma combinação de sanções e pressão diplomática se prove infrutífera em alcançar uma solução pacífica.

A chefe de política externa da UE, Catherine Ashton, disse esperar que a maior pressão sobre o Irã convença o país a fazer concessões, e que as negociações poderiam ser retomadas "muito em breve".

"Eu totalmente acho que há espaço para negociações", afirmou Ashton, que representa os Estados Unidos, China, Rússia, Grã-Bretanha, França e Alemanha nas negociações com o Irã. "Eu espero que nós sejamos capazes de progredir muito em breve."

As novas sanções marcam um dos movimentos mais duros da Europa contra o Irã até hoje e uma mudança significativa de política para o bloco de 27 países, que até então estava focado em atingir pessoas e empresas específicas com restrições econômicas.

A UE tem ficado atrás dos Estados Unidos em impor proibições à indústria porque está preocupada em não punir os cidadãos comuns iranianos.

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O Irã sustenta que seu projeto nuclear tem apenas fins energéticos pacíficos e se recusou em três rodadas de negociações desde abril a reduzir sua atividade de enriquecimento de urânio, a menos que as sanções econômicas principais sejam rescindidas.

Mas os governos da Europa e dos Estados Unidos, duvidando da preparação do Irã para mais do que "negociações sobre as negociações", estão, ao invés disso, apertando o cerco financeiro sobre Teerã, e temores de uma nova guerra no Oriente Médio estão crescendo.

O ministro das Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle, foi mais pessimista do que Ashton sobre a perspectiva de que mais pressão econômica possa levar o Irã --cuja Revolução Islâmica há muito tem prosperado em desafiar o Ocidente-- a fazer concessões.

"O Irã ainda está jogando para ganhar tempo", disse ele a repórteres. "Nós não vemos uma disposição suficiente para negociações substanciais sobre o programa nuclear."

As sanções já estão causando danos significativos para a economia iraniana, notadamente devido a um embargo de petróleo imposto pela União Europeia este ano e novas sanções financeiras aplicadas pelos Estados Unidos.

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