A seca afetou severamente as safras de milho e soja da América do Sul, ainda que não tanto quanto se esperava, informou nesta quinta-feira o Departamento de Agricultura norte-americano (USDA), reduzindo suas previsões para as colheitas do Brasil e Argentina. A safra de soja 2011/12 do Brasil, segundo produtor mundial, foi estimada nesta quinta-feira em 72 milhões de toneladas, contra 74 milhões de toneladas em janeiro, informou o USDA, em relatório mensal. As safras de soja e milho 2011/12 da Argentina foram rebaixadas pelo segundo mês consecutivo pelo USDA. A colheita de milho foi prevista em 22 milhões de toneladas, 4 milhões de toneladas abaixo da estimativa de janeiro, e a safra argentina de soja foi projetada em 48 milhões de toneladas, 2,5 milhões menor que no mês passado. "As altas temperaturas e a seca extrema... resultaram em um estrago irreversível para o milho em estágio inicial", disse o USDA. Traders esperavam dados mais baixos para o grão e estimativas levemente maiores para a soja. A Argentina é o terceiro exportador de soja em grão e o segundo de milho. Com uma menor exportação de milho da Argentina em função da quebra de safra, o USDA prevê maiores vendas externas do cereal dos EUA para compensar a diferença no mercado global. Segundo o relatório do USDA, os estoques de milho dos Estados Unidos devem encolher para o menor tamanho em 16 anos neste ano, 5 por cento abaixo da estimativa anterior, mas ainda levemente acima do que traders haviam antecipado. Já a safra de trigo 11/12 da Argentina foi vista em 14,5 milhões de toneladas, sem alterações ante a previsão de janeiro. O USDA vai divulgar suas primeiras projeções das novas safras na segunda-feira, baseadas em condições do final de 2011. (Reportagem de Charles Abbott)
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