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Marcela Soares dos Santos, de 17 anos - que tem deficiências física, intelectual e visual -, descobriu uma nova vida nas atividades artísticas. "Ela gostava apenas de televisão e jogos no tablet. Hoje, prefere se inspirar e iniciar sua produção. Isso abriu tanto a mente dela, ela se tornou mais criativa e, apesar de ter uma certa dificuldade de convívio e locomoção, com as oficinas de arte e dança, se tornou independente para fazer as coisas dela. Não precisa pedir mais, conversa com todos, faz amizades", diz Regina Soares dos Santos, mãe da adolescente.
A menina participa há três anos do projeto gratuito 'Arte para Inclusão', do Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural (IOK). "A Marcela simplesmente ama estar lá. Aqui em casa temos papéis, lápis de cor, giz e guache. Isso trouxe uma evolução fantástica, ela não fica mais parada", conta Regina.
"Marcela tem baixa visão e faz as oficinas de dança com a alma, escuta os professores e vai seguindo que vão passando para ela. Eu nunca vi ninguém fazendo isso por ela e percebo uma evolução incrível", celebra a mãe da adolescente.
Pessoas com deficiência em todos os espaços culturais
EVOLUÇÃO - Para a pedagoga Márcia Carvalho, que acompanha o projeto, a evolução dos participantes pode ser observada pela presença constante nas oficinas.
"Raramente alguém falta. É uma turma que participa bastante, se envolve com as atividades que aplicamos, traz pesquisas realizadas em casa a partir do tema trabalhado conosco", explica Márcia.
"O fundamental deste grupo é a autoestima. A maioria começou a acreditar mais em seu potencial, eles acreditam no que estão fazendo, felizes e satisfeitos com o produto final. Cada um passou a acreditar mais em si próprio, se sentem capazes de se expressar e evoluírem no convívio social por meio da arte", comenta a pedagoga.
Os jovens com deficiência que participam do projeto criam imagens a partir de formas geométricas, o que estimula as misturas e as combinações de cores, além de ampliar o conhecimento sobre o Universo por meio de imagens, desenhos e pinturas.
As oficinas vão até janeiro de 2020 em cinco espaços na cidade de São Paulo. São ministradas por equipe multifuncional de artes com pedagogos, instrutores de arte, psicólogos e fotógrafos.
A iniciativa tem apoio do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONDECA) e beneficia 84 crianças e adolescentes com e sem deficiência intelectual em situação de vulnerabilidade social.
"O projeto é importante para criar um novo canal de comunicação e expressão para pessoas com e sem deficiências. Os participantes desenvolvem técnicas artísticas e têm suas obras exibidas", afirma Olga Kos, vice-presidente do IOK.
'Pintou a Síndrome do Respeito'
MARYSIA PORTINARI - Outro projeto de artes oferecido pelo instituto - com apoio da Lei de Incentivo à Cultura - é o 'Marysia Portinari - Universo Pré-Existente'. A instituição quer editar um livro sobre a vida e a obra da artista, além de organizar uma exposição com seus trabalhos, capacitar arte-educadores e oferecer oficinas de artes com a presença da artista.
ARTES MARCIAIS - O IOK também oferece oficinas esportivas gratuitas, com aulas de karatê e taekwondo, que têm benefícios físicos e motores, estimula a consciência corporal, a interação social e a participação da família no processo de inclusão social. As atividades têm acompanhamento de fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos. Há vagas abertas para jovens de 7 a 17 anos com ou sem deficiência em São Paulo. As inscrições devem ser feitas nos locais das aulas.
As aulas de karatê são ministradas no CEU Vila Curuçá, na Rua Marechal Tito, nº 3,452, Itaim Paulista, e no CEU Quinta do Sol, que fica na Rua Luis Imparato, nº 546, no Parque Císper. Para o taekwondo, aulas no CEU Parque Veredas, na Rua Daniel Muller, nº 347, no Itaim Paulista. Informações pelo telefone (11) 3081-9300.
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