Assassinato de jovem com deficiência pela polícia na África do Sul tem repercussão mundial

Nathaniel Julius, de 16 anos, que tinha síndrome de Down, foi morto com um tiro no peito, disparado por policiais, após ser abordado e não conseguir se comunicar. Os dois agentes envolvidos no crime estão presos. Instituições do Brasil e internacionais alertaram sobre a importância de capacitar a polícia em qualquer país sobre como agir ao encontrar pessoas com deficiência.

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura


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Nathaniel Julius, adolescente de 16 anos que tinha síndrome de Down, foi assassinado com um tiro no peito, perto da própria casa, no bairro de Eldorado Park, em Johannesburg, na África do Sul. O crime foi cometido no dia 26 de agosto, em meio a um protesto por moradias. O jovem caminhava enquanto comia um biscoito e não participava da manifestação, mas foi abordado por dois policiais - o sargento SS Ndyalvane e o soldado C Whiteboy -, não conseguiu se comunicar com os agentes e foi morto no meio da rua.

Na primeira declaração oficial sobre o caso, autoridades locais afirmaram que o menino foi atingindo durante troca de tiros com membros de uma gangue. Os dois policiais estão presos e o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, expressou "tristeza". No bairro onde Nathaniel morava houve revolta.

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As circunstâncias que resultaram no assassinato de Nathaniel Julius provocaram reações de instituições brasileiras e internacionais de defesa das pessoas com deficiência.

"A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down não pode deixar de manifestar seu repúdio à ação. O que a polícia não levou em consideração foi que Nathaniel não respondeu por causa de sua deficiência", afirma em nota o presidente da FBASD, Antonio Carlos Sestaro.

"O assassinato do jovem Nathaniel demonstra a total falta de preparo daqueles policiais que, ao abordarem uma pessoa com deficiência, por desconhecimento e falta de compreensão, adotam medidas extremas, tirando a vida de um jovem. O caso demonstra que as pessoas com deficiência continuam tendo seus direitos fundamentais violados. E neste caso em particular, o direito a vida", destacou Sestaro.

A nota da FBASD endossa as respostas ao crime da Down Syndrome International e da International Disability Alliance, além de outras organizações mundiais, que encaminham apelo ao governo da África do Sul, e de outros governos internacionais, um alerta para que os direitos das pessoas com deficiência sejam sempre observados, para assegurar todas as medidas de garantia desses direitos, seguindo a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

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