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É um erro grave minimizar ou subestimar os reflexos dos ataques de Donald Trump à diversidade. Insistir nesse tema é necessário porque a invisibilidade gera esquecimento e enfraquece, ou até elimina, a mínima proteção aos grupos minorizados - pessoas com deficiência, negras, LGBT, mulheres, indígenas, imigrantes e refugiados.
Direito e cidadania são fundamentais. Então, o que vai acontecer com quem não é mais considerada pessoa perante o Estado? Uma das primeiras medidas do atual presidente dos Estados Unidos foi estabelecer que, oficialmente, só existem os gêneros masculino e feminino, mas na ruas, na vida cotidiana da população, há muitas identidades diferentes, gente que não entende a própria existência nessa divisão binária. Qual será o resultado dessa decisão para quem o sistema, o governo e o poder público viram as costas e dizem "você não é"?
O exemplo está no nosso convívio, na esquina da nossa rua. Entrevistei o presidente do Casarão Brasil Associação LGBTI e coordenador do Centro de Cidadania LGBTI 'Cláudia Wonder', Rogério de Oliveira, em referência ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, 29/1, mesmo dia do acidente aéreo que matou 67 pessoas em Washington (EUA), aquele que Donald Trump apontou como causa os programas de diversidade dos governos democratas anteriores, de Barack Obama e Joe Biden.
"Ele (Donald Trump) declara que não existe mais essa questão de gênero, só o masculino e o feminino. Então, a gente tem algumas empresas que são multinacionais, que apoiavam a entidade, e a gente sabe que, infelizmente, esse apoio não vai existir mais por causa das orientações da matriz que fica nos Estados Unidos. A gente sempre teve, na verdade, dificuldade de receber apoio da iniciativa privada, que nos procura no mês de junho, do orgulho LGBT, da parada, e quer sempre promover ações, mas esquece que a gente trabalha o ano todo, de janeiro a dezembro. Essa onda de conservadorismo afetou diretamente nosso equipamento da Lapa, que recentemente perdeu um edital para uma entidade de direitos humanos com viés religioso que vai coordenar um equipamento LGBT no nosso lugar, um dos nossos principais serviços, de qualificação profissional e do programa Transcidadania, que é ligado à Secretaria de Direitos Humanos. Então, a gente perde esse principal apoio por causa dessa onda conservadora, além do apoio da iniciativa privada", diz Rogério de Oliveira.
O equipamento funciona há 16 anos na capital paulista e tem apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, faz atendimento 24/7, garante moradia e cinco refeições por dia, com três meninas por quarto, em um antigo hotel que foi adaptado e reestruturado. A maioria dessas mulheres trans atendidas foi expulsa da própria casa e viveu na rua por falta de apoio e aceitação familiar.
Donald Trump é o líder uma onda global de preconceito, discriminação e retrocessos em veloz avanço, sob o manto cínico do conservadorismo, em que todo tipo de agressão será justificado.
Hemofilia - Uma pesquisa inédita para mapear dificuldades, desafios e necessidades das pessoas com Hemofilia, tipos A e B, e também de seus cuidadores, está aberta até 28/2 para coletar informações e depoimentos. Responda ao questionário na página jornadahemofilia.com.br.
O trabalho é feito pela Supera Consultoria em Projetos Estratégicos, ATS e Pesquisas em Saúde, com apoio da Associação Brasileira de Pessoas com Hemofilia (ABRAPHEM) e patrocínio da Roche Farma Brasil.
O objetivo é identificar gargalos e dar visibilidade a impactos emocionais, físicos e sociais.
Os dados serão usados em publicações, materiais educativos e de conscientização, além de apoiar políticas públicas e campanhas , ampliar direitos, humanizar o atendimento, fomentar a educação de profissionais de saúde e da sociedade.
