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Diversidade e Inclusão

Ministério da Saúde subestima consequências da covid para pessoas com deficiência

Pasta coloca a população com deficiência na 5ª fase da primeira etapa de vacinação e afirma que "decisão colegiada definiu fases de cada grupo de acordo com os riscos para casos graves e óbitos".

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Foto do author Luiz Alexandre Souza Ventura
Riscos são elevados para quem já enfrenta outras comorbidades.  Foto: Estadão


O Ministério da Saúde justificou, em nota enviada nesta sexta-feira, 10, ao blog Vencer Limites, a decisão de manter pessoas com deficiências permanentes na 5ª fase da primeira etapa, para grupos prioritários, da primeira campanha de vacinação contra covid-19 do governo Lula (leia aqui)

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"Pessoas com deficiência permanente foram incluídas já na Etapa 1 do cronograma do Programa Nacional de Vacinação 2023, e a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações, em uma decisão colegiada, envolvendo especialistas e as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, definiu as fases de cada grupo de acordo com os riscos para casos graves e óbitos pela Covid-19", diz o MS.

Segundo uma nota técnica (N° 1/2023-CGICI/DIMU/SVSA/MS) enviada pelo Ministério da Saúde em 2/2 às secretarias estaduais de Saúde, a etapa de grupos prioritários terá cinco fases, a partir de 27 de fevereiro, e as pessoas com deficiência estão somente na quinta fase, ainda sem data prevista para a imunização.


 Foto: Estadão

"...como dose de reforço (booster) em pessoas com 12 anos ou mais de idade.

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2.9. Sendo assim, considerando a necessidade de dar continuidade a vacinação com os esquemas de vacinação contra a covid-19 e a realização de doses de reforço de vacinas bivalentes em 2023, o Programa Nacional de lmunizações traz as seguintes orientações:

2.10. As vacinas bivalentes Pfizer estão recomendadas para pessoas com 12 ou mais anos de idade que se enquadrem nos grupos prioritários abaixo discriminados, de forma escalonada, considerando o cronograma de entrega das vacinas COVID-19 bivalente pelos produtores e a capacidade de armazenamento dos estados e municípios da vacina. Verifica-se abaixo os grupos prioritários:

Fase 1: pessoas 2 70 anos; pessoas vivendo em instit uições de longa permanência (ILP) a partir de 12 anos, abrigados e os trabalhadores dessas instituições; imunocomprometidos; comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas;

Fase 2: pessoas de 60 a 69 anos de idade;

Fase 3: Gestantes e puérperas;

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Fase 4: Trabalhadores da saúde;

Fase 5: Pessoas com deficiência permanente".


Consequências - Desde o início da pandemia de covid-19, em março de 2020, especialistas ouvidos pelo blog Vencer Limites alertam para as consequências da doença quando pessoas com deficiência são infectadas.

Pessoas com síndrome de Down, autistas, pessoas tetraplégicas e paraplégicas, com deficiências físicas e intelectuais causadas por condições neurológicas, podem apresentar sintomas específicos associados à infecção. Indivíduos com Alzheimer, paralisia cerebral, que têm sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), síndromes como Charcot-Marie-Tooth (CMT), neuropatias diabéticas e outras semelhantes, além de doenças raras, podem ter uma piora brusca no quadro geral de saúde, com perda de memória, mobilidade e força, além de fadiga repentina.

"Isso ocorre porque a pessoa já tem uma inflamação. Se contrair o coronavírus, o corpo direciona energia para combater a infecção e o quadro neurológico geral tende a ser agravar", explicou ao blog no começo da crise sanitária Guilherme Olival, coordenador médico da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM)

No caso de pessoas que têm condições autoimunes (quando o sistema de defesa do corpo ataca partes específicas do próprio corpo) - como Esclerose Múltipla (EM), Lupus, Artrite Reumatóide e a Diabetes Tipo 1 -, o uso dos medicamentos imunossupressores é constante, o que pode elevar o risco desse indivíduo contrair a infecção.

"Esse grupo precisa de muitos cuidados e ações de prevenção, porque tem o sistema de defesa mais enfraquecido", ressaltou Guilherme Olival.

Coração - Uma das características da síndrome de Down, por exemplo, é a malformação cardíaca, especificamente com Defeito do Septo Atrioventricular (DSAV), da Comunicação Interventricular (CIV) ou da Comunicação Interatrial (CIA).

"Explicando de maneira muito simples, esse problema cardíaco cria dificuldade para bombear o sangue", destacou ao blog, também em março de 2020, Caio Bruzaca, que na época atuava como geneticista do ambulatório de diagnósticos do Instituto Jô Clemente (IJC). "Pessoas com malformação cardíaca têm maior risco de desenvolver complicações geradas por qualquer infecção, não apenas pelo coronavírus, mas no resfriado comum, bronquiolite ou pneumonia", disse o especialista.

"Reforço que a síndrome de Down não é uma doença. Trata-se de uma condição genética que exige cuidados específicos", comenta Bruzaca. "Quando essas pessoas têm as cardiopatias relacionadas, podem ficar mais debilitadas e muitas tomam remédios para esses problemas desde os primeiros dias de vida. Apenas por terem os problemas cardíacos, são pessoas que fazem parte do grupo de risco do coronavírus", completa o geneticista do IJC.

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A ausência de especificações mais detalhadas sobre quem pode tomar a vacina, e quando, prejudica o trabalho de imunização e gera dificuldades na ponta, ou seja, no momento da vacinação e na organização das aplicações pelas prefeituras, que são obrigadas a seguir o cronograma nacional.

Na nota enviada ao blog Vencer Limites, o Ministério da Saúde esclarece que "ampliar a cobertura vacinal da Covid-19, assim como de todas as vacinas do calendário nacional, é prioridade da nova gestão do e do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A vacinação dos grupos prioritários começa a partir do dia 27 de fevereiro, com a aplicação de vacinas bivalentes".

Embora a nova campanha tenha dia marcado para começar, ainda não há data estabelecida para a imunização das pessoas com deficiência.


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