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"A depressão dominou minha vida por mais de 15 anos, com picos elevadíssimos, desencadeando crises de pânico horríveis, até chegar ao ponto de tentar o suicídio", conta o músico Nattan, de 30 anos. "Muita gente acha que é frescura, mas poucas pessoas se colocam no lugar do outro quando não passam pela mesma situação", diz o artista.
Ele acaba de lançar o vídeo 'O Mergulho'. Além de da voz, junto com a cantora Milla, faz toda a interpretação da música em Libras (Língua Brasileira de Sinais). A meta é dar visibilidade ao tema e também à comunidade surda. O single chega neste mês às plataformas digitais.
"É para dizer tudo isso através da arte, que tem um poder de cura imenso. Foi muito emocionante, porque eu sei do que eu estou falando, é a minha história. Desejo que as pessoas assistam e se identifiquem, sabendo que aquele cara que está ali na tela é um sobrevivente que passou por muitos furacões, terremotos e hoje está intacto, presente, lutando pela vida, dizendo que ela é linda e que todos nós podemos e merecemos nos sentir assim", ressalta Nattan.
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"Você que está lendo essa matéria, sabe como é viver com tudo dentro pedindo para morrer? Viver um personagem para a sociedade e ter o seu eu dentro de um lugar extremamente escuro, solitário, sem esperança, com pouco ar, sem vida nenhuma? Precisamos falar desse assunto. E essa é uma das formas que tenho para ajudar as pessoas", afirma Nattan.
A produção integra as iniciativas do 'Setembro Amarelo', campanha do Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) para ampliar a conscientização sobre a prevenção do suicídio. E da campanha 'Setembro Azul', com ações para dar visibilidade às pessoas surdas.
"Um dos maiores presentes da vida é a oportunidade de mudar o significado de qualquer catástrofe que acontece dentro de nós. Eu precisava contar para as pessoas em situação semelhante (são muitas) que sempre existe saída, mas eu sei como é difícil ter essa consciência quando estamos imersos em nós mesmos", destaca o compositor.
LIBRAS - Ainda na adolescência, Nattan participou um grupo que traduzia cultos e músicas para a Língua Brasileira de Sinais.
"Percebi que existem pouquíssimos trabalhos direcionados para a comunidade surda. A inclusão é um abraço de amor e respeito, humano. Quis fazer essa música em Libras na tela principal porque gostaria que as pessoas surdas soubessem o quanto são importantes e preciosas para mim, para nós. Eu precisava falar desse assunto na língua dos surdos também.
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