Após realizarem um protesto durante cerca de uma hora em frente à entrada da Fazenda Bota, da Aracruz, em Encruzilhada do Sul, no Rio Grande do Sul, manifestantes da Via Campesina deixaram o local no começo da tarde. Antes do ato contra o plantio de eucaliptos no sul do Estado e a ação da Brigada Militar na reintegração de posse da Fazenda Tarumã, em Rosário do Sul, na terça-feira, o grupo havia feito marcha entre o assentamento da Quinta e a entrada da propriedade, disse a integrante do Movimento de Mulheres Camponesas, uma das entidades ligadas à Via Campesina, Mari Costa. Segundo ela, quase 300 mulheres participaram da manifestação. A Aracruz informou que a Fazenda Bota tem 1.223 hectares, dos quais 442 hectares são cultivados com eucalipto. O restante é destinado à área de preservação permanente. Uma área de plantio de aproximadamente dois hectares teria sido depredada na madrugada de hoje perto de Canguçu (vizinha a Encruzilhada do Sul), disse Mari Costa, mas, de acordo com ela, a ação não partiu da Via Campesina. Além da marcha em Encruzilhada do Sul, a Via Campesina promoveu no Estado caminhadas hoje em Porto Alegre e Santana do Livramento. Na capital gaúcha, cerca de 150 pessoas foram até a sede da Polícia Federal (PF) para pedir investigação sobre a compra de propriedades na faixa de fronteira pela sueco-finlandesa Stora Enso. Segundo o padre Rudimar Dalastra, que integra a Via Campesina, um grupo foi recebido pelo superintendente substituto da PF no Estado, Ademar Stocker, e uma audiência foi marcada no dia 19 de março para tratar do assunto. Em Santana do Livramento, a caminhada foi feita entre o ginásio municipal e a Praça Binacional, na divisa com Rivera, no Uruguai. Uma assentada foi atropelada enquanto tentava atravessar a rua, mas não houve incidentes ligados ao protesto, informou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
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