Via Campesina joga tinta em sindicato patronal em PE

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Por Angela Lacerda
1 min de leitura

Aos gritos de "usineiros assassinos" e "basta de trabalho escravo", um grupo de mulheres ligadas à Via Campesina - do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) - jogou hoje tinta vermelha na porta e paredes da sede do Sindicato da Indústria e do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar), no bairro do Recife Antigo, na tarde de hoje. Na manifestação, que durou em torno de 40 minutos, elas queimaram um molho de cana-de-açúcar e colaram cartazes na fachada do Sindaçúcar contra o trabalho escravo e a monocultura da cana. A porta do sindicato foi fechada e não houve conflito. Para o presidente do Sindaçúcar no Estado, Renato Cunha, a manifestação foi "sem conteúdo" e com presença de "forasteiros" que não têm conhecimento do que ocorre em Pernambuco. Segundo Cunha, entre os manifestantes, havia integrantes com forte sotaque estrangeiro. Para ele, o protesto não atingiu os empresários do açúcar e do álcool no Estado. Cunha afirmou não existir aplicação de força escrava nas 21 usinas e destilarias pernambucanas e que Pernambuco é o único Estado nordestino que assinou e cumpre, desde 2004, um termo de compromisso com o Ministério Público do Trabalho (MPT), comprometendo-se a oferecer transporte adequado aos funcionários e a seguir normas de trabalho. A CPT estimou que 500 mulheres participaram do ato. Para o Sindiçúcar, foram, no máximo, 60. Os cartazes levados por elas defendiam a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 438, que está sob apreciação do Congresso, pela erradicação da força escrava e confisco das terras de escravagistas.

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