Vitória de Hillary confunde os institutos de pesquisa

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Por JOANNE KENEN

A vitória de Hillary Clinton na eleição primária democrata de New Hampshire confundiu os institutos de pesquisas, que agora se vêem obrigados a tentar explicar por que erraram tanto. Espantados, os especialistas diziam na quarta-feira que teriam de comparar atentamente suas previsões e os resultados para saber porque conseguiram acertar a vitória de John McCain entre os republicanos, mas erraram no caso de Hillary. Antes da votação de terça-feira, todos os institutos previam a vitória de Barack Obama, alguns por mais de dez pontos percentuais de vantagem. Na verdade, Hillary o superou por pouco menos de 3 pontos. Numa era de análises instantâneas, todos tinham uma teoria sobre o motivo do fiasco das pesquisas --desde o efeito humanizador dos olhos marejados de Hillary num evento na segunda-feira, até a suspeita de que os eleitores de New Hampshire teriam um prazer perverso em contradizer os de Iowa-- onde menos de uma semana antes Hillary fora a terceira colocada. Para o cientista político Andrew Smith, da Universidade de New Hampshire, esse é um Estado onde os eleitores se decidem tardiamente. Como muitos levantamentos pararam 24 a 36 horas antes da abertura das seções eleitorais, ou incluíram três dias de dados em uma média final, eles não refletiram a tendência final pró-Hillary. Um fato evidente é que as mulheres votaram em massa na ex-primeira-dama, que se saiu particularmente bem entre os eleitores com 65 anos ou mais --atingiu 48 por cento dos votos nessa faixa. "Clinton foi muito bem entre as mulheres. E os que se decidem tarde se inclinaram por Hillary", disse Smith. John Zogby, que realiza a pesquisa Reuters/C-SPAN/Zogby, afirmou que os 18 por cento de eleitores de New Hampshire que disseram ter tomado uma decisão só na terça-feira são "simplesmente um número sem precedentes". Para Susan Herbst, especialista em pesquisas no Instituto de Tecnologia da Geórgia, a rapidez das informações pela Internet pode contribuir com repentinas mudanças no eleitorado. "Há mais movimento e mais fluidez das pessoas e da sua opinião. Isso é bom. Significa que as pessoas estão pensando", afirmou.

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