Wal-Mart planeja comprar mais US$50 bi em produtos dos EUA

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Por JESSICA WOHL
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O Wal-Mart comprará, na próxima década, 50 bilhões de dólares adicionais em bens produzidos nos EUA de segmentos como esporte e eletroeletrônicos de última geração, em um movimento que a maior varejista do mundo considera uma grande ajuda à economia do país. O maior empregador do setor privado dos Estados Unidos disse também, nesta terça-feira, que planeja contratar nos próximos cinco anos 100 mil militares veteranos dispensados, em uma época na qual a taxa de desemprego os EUA está em 7,8 por cento. A decisão deve ter uma recepção fria por parte dos críticos à rede, que a acusam de pagar salários baixos e vender muitos produtos de países de custos mais baixos de produção, como a China. A companhia também está sob pressão por causa das políticas de fornecimento, após um incêndio fatal em uma fábrica de roupas em Bangladesh. No entanto, a unidade norte-americana do Wal-Mart diz, citando dados dos fornecedores, que cerca de 60 por cento dos bens que vende são feitos, originados ou plantados nos próprios Estados Unidos. No ano passado, 55 por cento das vendas do Wal-Mart nos Estados Unidos foram de produtos como bebidas e alimentos, além de cuidados com saúde e beleza, itens para o lar, como papel higiênico, e para animais de estimação. Muitos desses bens geralmente vêm de fornecedores locais. Somente 7 por cento do que o Wal-Mart vendeu nos Estados Unidos foram de roupas, joias e acessórios, produtos que varejistas geralmente compram de países de baixo custo. A preferência que o Wal-Mart dará a produtos nacionais reflete a recente mudança nas relações comerciais dos Estados Unidos com o restante do mundo. Durante a recessão de 2007 a 2009, produção e importação caíram bruscamente. O Produto Interno Bruto (PIB) se recuperou, mas as importações líquidas não, um sinal de que o país está demandando mais bens e serviços próprios. O Wal-Mart dos Estados Unidos e o seu Sam's Club aumentarão as compras de produtos dos Estados Unidos em categorias como bens esportivos, roupas básicas, caixas para armazenamento, jogos e produtos de papelaria. O presidente do Wal-Mart local, Bill Simon, anunciou os planos de gastos e contratação durante uma conferência em Nova York da Federação Nacional dos Varejistas (NRF, em inglês). EMPREGOS PARA VETERANOS O Wal-Mart não faz parte da NRF, grande associação da indústria que ressaltou a importância dos empregos no varejo norte-americano. A NRF diz que 25 por cento dos empregos norte-americanos são atribuídos ao setor varejista. Em linha com isso, a companhia, a partir do Memorial Day, em maio, planeja contratrar 100 mil veteranos dos Estados Unidos nos próximos cinco anos, decisão que a primeira-dama Michelle Obama apoiou. "Desenvolvemos uma letargia nacional em que todos nós ficamos esperando que alguém fizesse alguma coisa", afirmou Simon, que serviu ele próprio durante 25 anos na Marinha e na reserva. "Mas se ficarmos esperando o governo, ficaremos esperando um processo que não pode agir na mesma velocidade que a iniciativa privada", acrescentou.

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