Zoológico de Niterói-RJ tem superlotação de pingüins

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Por Clarissa Thomé
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O Zoológico de Niterói (ZooNit), no Grande Rio, que funciona como espécie de "hospital de referência" para os pingüins, recebeu somente hoje 47 aves desta espécie encontradas na costa de Macaé, no norte do Estado. Agora, o local está superlotado: tem 193 pingüins, que consomem 850 quilos de peixe por semana. Desde junho, o zoológico recebeu 250 aves. Mas muitas não resistiram. Para dar conta, a direção do ZooNit instalou hoje uma tenda, que funcionará como a emergência de um hospital. As aves serão recebidas ali pelos biólogos, passarão por uma avaliação inicial e depois da triagem vão para a internação - locais em que os pingüins ficam sob lâmpadas de forte intensidade, enquanto recuperam a camada de gordura que perderam na jornada. De acordo com a presidente do zoológico, Giselda Candiotto, os pingüins são muito jovens, nadaram mais de 5 mil quilômetros e perderam-se da corrente fria do mar que os levaria de volta para casa. "Esse problema tem a ver com as mudanças climáticas. As correntes frias estão chegando cada vez mais longe. Os pingüins mais jovens saem para procurar cardume e não conseguem achar o caminho de volta", afirmou. A poluição também atrapalha. De acordo com Giselda, o recorde do zoológico havia sido em 2005, quando em todo o inverno chegaram 230 aves. Apenas 30% se recuperaram. Esse ano, o índice está em 40%. A presidente do ZooNit agora tem de resolver uma questão de logística. As aves, depois de recuperarem o peso e voltarem a se alimentar sozinhas, têm de ser levadas para Rio Grande (RS), onde passam por nova triagem no Centro de Reabilitação de Animais Marinhos e são devolvidas ao mar. Esse transporte já foi feito pela Força Aérea Brasileira (FAB) em outras temporadas. Mas o vôo que segue para a Antártida está lotado com equipamentos e pesquisadores que vão trabalhar na Estação Antártica Comandante Ferraz. "Vou entrar em contato com o Centro de Hidrografia da Marinha e pedir que os pingüins sejam levados de navio. São cinco dias de viagem, em tanque salinizado, acompanhados por nossos biólogos. Se for preciso, peço patrocínio para o combustível. Mas é a única chance de os animais serem salvos", afirmou Giselda.

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