Cobras de espécies raras, ameaçadas de extinção como a jararaca ilhoa, a jararaca verde, a jibóia salamanta e a cobra papagaio foram apreendidas na fazenda do suiço Pierre Lucien Bussard, situada na zona rural do município de Valença, Recôncavo Baiano, após operação promovida por vários órgãos ambientais encerrada no final de semana. No viveiro improvisado de Bussard foram encontradas 66 cobras, 130 sapos, quatro jabutis, dois brejais, além de centenas de ratos, preás e camundongos usados para alimentar os répteis. O suíço não estava na propriedade, mas está sendo procurado pela polícia, acusado de tráfico de animais silvestres. Comandada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a blitz contou com a participação de ecologistas como Elbano Pascoal, diretor do Grupo Ambientalista da Bahia (Gamba) que se espantou com a crescente atividade dos traficantes de animais silvestres. Segundo ele, a jararaca ilhoa, só encontrada na Ilha Queimada, litoral paulista, chega a ser vendida no Exterior para colecionadores a um preço de US$ 50 mil. Ele lembrou que o tráfico de animais silvestres movimenta no mundo anualmente cerca de US$ 10 bilhões e o Brasil participa com 10% desse montante. Os animais apreendidos vão passar por um período de quarentena para reabilitação em centros do Ibama na Bahia e depois reintroduzidos em seus habitats naturais. O instituto já realizou este ano no Estado várias operações para coibir o tráfico de animais silvestres, mas aparentemente, a repressão não tem diminuído a atividade dos traficantes.