Um dos maiores temores entre médicos e pacientes com câncer é de que as células cancerosas sejam do "tipo resistente": não respondem bem às terapias convencionais de quimioterapia e radio. Um estudo clínico conduzido com pacientes com uma forma agressiva de leucemia linfocítica crônica (LLC), no entanto, mostra que o transplante de células-tronco pode ser uma alternativa promissora.
Quase 50% das pessoas submetidas ao tratamento, recebendo células-tronco de doadores saudáveis (transplante alogênico) foram curados. Os resultados mostram também que a terapia é promissora independente dos fatores genéticos, prognósticos e do curso da doença. Um artigo sobre o trabalho foi publicado na revista online Blood.
A leucemia linfocítica crônica é a forma mais frequente de leucemia em países ocidentais. Em muitos casos, tem curso benigno. Contudo, alguns pacientes não respondem ao tratamento com quimioterapia ou anticorpos - constituindo um grupo de alto risco que pode morrer após alguns anos depois do diagnóstico. Em certas pessoas, esta evolução desfavorável pode ser prevista pela constatação de mutações cromossômicas em células leucêmicas (deleção 17p).
A pesquisa envolveu pesquisadores de 16 centros de tratamento na Alemanha e 90 pacientes de alto risco, que receberam uma dose reduzida de quimioterapia antes (induzindo uma tolerância maior às células transplantadas). Testes para detectar células leucêmicas remanescentes foram realizados após o transplante, mostraram que cerca de metade das pessoas não tinha células restantes da leucemia em longo prazo. Os perfis de doadores e transplantados não tiveram influência nos resultados positivos.
"Nosso estudo é o maior até agora para esta população de pacientes, e demonstrou que o transplante alogênico de células-tronco é uma opção terapêutica promissora para a LLC de alto risco, com potencial de cura para este tipo de leucemia antes incurável", diz Peter Dreger, chefe da pesquisa e da divisão de transplantes de células-tronco no Hospital Universitário Heidelberg.
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