Mar do Caribe? Entenda o que está por trás de água cristalina em praias do Rio e Niterói

Ligado a condições do clima e do oceano, visual ‘caribenho’ de praias fluminenses tem chamado atenção

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Por Juliana Domingos de Lima

Com máxima de 35ºC e sem chuva prevista, o Rio de Janeiro tem neste fim de semana inconteste clima de praia.

Para completar o cenário, banhistas têm registrado pelo menos desde a sexta-feira, 7, um mar de águas claras, dignas do Caribe, e com temperaturas mais amenas do que de costume para a região.

Vista da praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro  Foto: jpbarcelos/Adobe Stock

O fenômeno foi observado em diversas praias da capital fluminense, da Barra da Tijuca ao Leblon, e também de Niterói, como Itacoatiara.

- fitoplâncton, + cristalina

Segundo Cíntia Albuquerque, doutora em oceanografia pela Universidade Federal do Rio Grande, o que se vê é resultado da Água Tropical, que banha atualmente a superfície do litoral fluminense por conta de condições climáticas e oceânicas, como o padrão de ventos e chuva.

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“Muita gente pensa que a água do oceano é toda igual, mas ele é composto por vários corpos d’água”, explica a oceanógrafa. “A Água Tropical é um deles, e quando está presente na superfície, isso acontece”.

A Água Tropical é relativamente quente e salgada, com temperatura superior a 18,5 °C e salinidade maior que 36.

Praia do Leblon, no Rio de Janeiro Foto: ADLC/Adobe Stock

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A pesquisadora afirma que esta água tem menos nutrientes, o que acaba diminuindo a concentração de fitoplâncton - organismos microscópicos que vivem nos ecossistemas aquáticos - na água.

A pigmentação do fitoplâncton interfere na coloração da água, deixando-a esverdeada. Sem ele, ela se torna mais cristalina, como agora.

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Outro fator que contribui com o aspecto cristalino do mar é a falta de chuva. A capital e outras regiões do estado do Rio atravessam, por enquanto, um verão com poucas chuvas em 2025, o que diminui o fluxo de águas desaguadas no oceano pelos rios.

Essa descarga também influencia na concentração de fitoplâncton e na pigmentação da água do mar.

Quanto vai durar a cor da água?

De acordo com Albuquerque, o fenômeno não tem uma duração específica e deve se manter enquanto durarem as condições atuais.

Ela lembra que, em janeiro, as praias do Rio estavam com as águas bem mais frias devido ao fenômeno da Água Central do Atlântico Sul, que tem essa característica e é mais rica em nutrientes, o que influencia o fitoplâncton e a coloração da água.

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As águas oceânicas são definidas e identificadas pelos cientistas de acordo com a temperatura e a salinidade.

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