O satélite Swift da Nasa detectou uma explosão cósmica tão luminosa que seria possível observar da Terra a olho nu, apesar de ter ocorrido há 7,5 bilhões de anos, informou a agência espacial americana. A explosão de raios gama foi detectada na quarta-feira, 19, embora tenha ocorrido quando o universo tinha menos da metade de sua idade atual e a Terra ainda não tinha sido formada. Veja também: Astronautas concluem 4ª caminhada da missão do Endeavour A explosão de raios gama é o acontecimento astronômico mais espetacular e luminoso do universo desde o 'Big Bang'", afirmou a Nasa em comunicado. Esses fenômenos são produzidos quando uma estrela super gigante esgota seu combustível nuclear e seu núcleo entra em colapso para formar um buraco negro ou estrelas de nêutrons. Este processo ocorre acompanhado por explosões de raios gama de energia intensa e uma expulsão de partículas que viajam pelo espaço a uma velocidade quase igual à da luz. Quando atravessam nuvens interestelares, freqüentemente produzem um brilho prolongado no espaço. "Esta explosão foi tremenda. Foi muito mais forte que as explosões gama que tínhamos presenciado até agora", disse Neil Gehrels, investigador do Goddard Space Flight Center da Nasa em Greenbelt, Maryland. O Telescópio de Alerta de Explosões do Swift detectou a explosão às 15h12, no horário de Brasília, em 19 de março, e orientou suas coordenadas rumo à constelação Bootes. Rapidamente, os telescópios no espaço e na Terra giraram em direção a essas coordenadas para observar o brilho da explosão, denominada GRB 080319B. Foi a segunda explosão de raios gama detectada nesse mesmo dia. "Nenhum outro objeto conhecido ou tipo de explosão pode ser percebido em uma simples vista a uma distância tão imensa como essa", afirmou Stephen Holland, cientista do Goddard Space Flight Center. "Se nessa tarde alguém resolveu olhar em direção ao local adequado e no momento preciso, pôde ver o objeto mais distante já observado sem a ajuda de telescópios", acrescentou Holland.