O Cheiro do Ralo (Canal Brasil, 23 h), de Heitor Dhalia, acabou se tornando uma espécie de cult movie do cinema brasileiro contemporâneo. Fez, e faz, sucesso, em especial entre o público jovem. Talvez seja a presença, sempre boa, de Selton Mello no elenco. Aqui, ele é o protagonista, Lourenço, dono de uma loja de objetos usados que sente o maior prazer do mundo em explorar os clientes desesperados para conseguir algum dinheirinho vendendo seus bens de estimação. Lourenço tem obsessão por determinada parte da anatomia de uma garçonete e assim vai tocando a vida. Do seu escritório, exala um odor nauseabundo, cuja origem ele localiza no ralo do banheiro. Parece uma metáfora óbvia, de como o usurário vai apodrecendo tudo à sua volta. Dhalia adota um estilo meio chegado ao expressionista, com personagens e objetos tão intensos que quase saltam à vista do espectador. Talvez tenha sido um pouco supervalorizado, mas é um dos títulos interessantes do cinema brasileiro recente. Baseado na obra de Lourenço Mutarelli, Cheiro do Ralo é de 2007. Uma alternativa é O Anjo Azul (Telecine Cult, 13h15), clássico de Josef von Sternberg baseado na obra de Heinrich Mann. Marlene Dietrich é a dançarina de cabaré que leva à ruína o professor Unrat (Emil Jannings).