Hairspray: sotaque carioca no musical das gorduchinhas

Simone Gutierrez estrela essa ''bobagem encantadora'', que se passa em 1962

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Formada em balé clássico, Simone Gutierrez sonhava ser uma profissional. Mas com seus quilinhos a mais, sempre soube que jamais viraria primeira bailarina. O que a menina de Ribeirão Preto nunca supôs é que o seu físico lhe ajudaria a ganhar um grande papel, só que no teatro: o de Tracy Turnblad, a divertida adolescente gordinha que é personagem principal do musical Hairspray. A estreia é sábado, no Teatro Oi Casagrande, no Rio. A vontade de viver Tracy era tamanha que ela engordou mesmo sem saber se teria chance de ser selecionada para o papel. "Eu estava com 57 quilos. Comecei a comer à vontade e cheguei ao teste com 63", conta Simone. A atriz, que já perdeu papéis por conta do peso, foi escolhida por Miguel Falabella, que adaptou o filme de John Waters e o dirige. Os dois já haviam se conhecido nas audições para o musical Godspell, também dele, em 2002, para o qual ela não foi selecionada por opção do maestro. O diretor classifica o musical como uma "bobagem encantadora, um mergulho no universo kitsch dos anos 60 elevado à enésima potência". São duas as versões cinematográficas de Hairspray, sendo a original de 1988, e a mais recente de 2007, dirigida por Adam Shankman, com John Travolta no papel de Edna Turnblad, a mãe de Tracy. A Edna brasileira é interpretada por Edson Celulari, que faz questão de se parecer uma mulher, e não um homem travestido. "Quis criar uma mama, já que a Edna é supermaternal com a filha", conta Celulari, que carrega cinco quilos de enchimentos, seios e glúteos. A peça fica no Oi Casa Grande (R. Afrânio de Melo Franco 290, Leblon) até 4 de outubro.

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