6 lições do documentário ‘Diddy: The Making of a Bad Boy’, que revela lado obscuro do rapper

Também conhecido como Puff Daddy, músico e produtor está sob custódia do Estado aguardando julgamento contra denúncias que incluem agressões sexuais

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THE WASHINGTON POST - O novo documentário sobre Sean “Diddy” Combs lança luz sobre a criação do produtor, seu relacionamento amoroso com Kim Porter e como ele tratava seus confidentes mais próximos ao longo de sua ascensão à fama e à fortuna.

Documentário sobre rapper estreou nos Estados Unidos, mas ainda não tem data para chegar no Brasil. Foto: @diddy via Youtube

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Diddy: The Making of a Bad Boy, documentário de quase 90 minutos que estreou na última terça-feira, 14, nos EUA (ainda sem data para ser lançado no Brasil), entrevista o melhor amigo de infância de Combs, um ex-guarda-costas, amigos, produtores e jornalistas. O filme aborda sua infância no Harlem, onde sua mãe, Janice, supostamente dava festas caóticas, e traz detalhes sobre sua relação com Kim Porter e Notorious B.I.G.

A estreia vem no contexto dos problemas legais de Combs, que incluem acusações federais e mais de 30 processos por agressão sexual. Combs negou todas as acusações e se declarou inocente das acusações federais de tráfico sexual e conspiração para extorsão. Ele está sob custódia federal em uma prisão do Brooklyn, aguardando julgamento, marcado para maio.

“Esse documentário recicla e perpetua as mesmas mentiras e teorias de conspiração que vêm sendo lançadas contra o Sr. Combs há meses”, disse a equipe jurídica de Combs em comunicado. “É decepcionante ver a NBC e a Peacock rolando na mesma lama que repórteres de tabloides antiéticos. Ao fornecer uma plataforma para oportunistas e mentirosos comprovados fazerem falsas acusações criminais, o documentário se transforma em um jornalismo irresponsável da pior espécie”.

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Aqui estão seis conclusões do documentário Making of a Bad Boy.

A mãe de Combs, Janice, supostamente organizava festas com sexo e drogas

Combs foi exposto ao sexo e às drogas desde muito jovem, segundo o documentário.

“Tudo remonta à infância”, disse Tim Patterson, amigo de infância que chegou a morar na casa de Combs no Harlem junto com sua mãe.

Patterson contou que a mãe de Combs, Janice, dava festas nos fins de semana – às vezes chamadas de “festas da Janice Combs”.

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“Ele tinha todo tipo de álcool por perto. Tinha maconha por perto. Tinha contato com viciados, cafetões e traficantes. Era exatamente isso que acontecia na nossa casa”, disse ele. “As pessoas que frequentavam as festas eram do Harlem, das ruas”.

“À noite, não era nada demais entrar por engano em um dos quartos e ver um casal lá dentro, pelado”, acrescentou ele.

“Era a nossa rotina”, disse ele. “Era um sábado qualquer”.

Lee “DJ EZ Lee” Davis, natural de Mount Vernon, Nova York, também entrevistado no documentário, disse que já tinha ouvido falar das festas, mas nunca as frequentou.

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Diddy em uma de suas famosas festas, num registro do documentário. Foto: Reprodução/Peacock

Al B. Sure! diz que foi orientado a se afastar de seu filho com Kim Porter

O relacionamento de Combs com Kim Porter é outro foco do documentário.

Combs começou a mostrar interesse por Kim Porter mesmo sabendo que ela tinha um filho, Quincy Brown, com o produtor Albert Brown (também conhecido como “Al B. Sure!”). Enquanto isso, Combs estava namorando Misa Hylton, estilista que tem um filho com Combs. De acordo com Patterson, “foi amor à primeira vista”.

“Puff era doente por ela”, disse Gene Deal, ex-guarda-costas de Combs, no documentário.

Combs e Porter namoraram por anos, e Combs supostamente adotou Quincy Brown. Mas, de acordo com Brown, a história foi “inventada por um publicitário”.

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“Se você não percebeu, o nome dele ainda é Brown”, disse o produtor.

Ele alega que Porter lhe disse que sua vida correria perigo se ele tentasse continuar participando da vida do filho, então ele se afastou. Brown se recusou a dar mais detalhes devido aos processos judiciais em andamento.

Brown disse que ele e Porter ainda se falavam depois que ela começou a namorar Combs e que ela temia por sua vida. “O que ela disse foi: ‘Olha, tem alguma coisa errada. A alma dele ficou completamente sombria, como se ele simplesmente não estivesse mais lá'”, disse ele.

Mais alegações sobre um suposto diário de Porter

Brown alega que, antes da morte de Porter em 2019, por pneumonia, ela estava escrevendo secretamente um diário sobre suas experiências com Combs. Os advogados de Combs e dos filhos de Porter negaram a existência de tal diário. (Em outubro de 2024, um suposto livro de memórias baseado no diário de Porter foi retirado da Amazon depois de ter sido denunciado pela família dela).

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“Kimberly se foi”, disse Brown, “porque ela seria uma nova Cassie Ventura, que está arrebentando com toda essa situação”.

A cantora de R&B Cassie Ventura, que já namorou Combs, foi a primeira a entrar com uma ação judicial contra o produtor de hip-hop. O processo se encerrou com um acordo no dia seguinte.

Combs estava ‘muito nervoso’ na semana da morte de Biggie

O documentário aborda a morte de Christopher Wallace, também conhecido como Notorious B.I.G. Ele assinou contrato com a Bad Boy Records, de Puff, embora supostamente estivesse tentando deixar a gravadora na época. Combs negou qualquer envolvimento na morte de Wallace.

Deal, o ex-guarda-costas que já escreveu um livro sobre Combs, disse que, na semana anterior à morte de Wallace, o rapper estava decidido a viajar a Londres, mas Combs disse que Wallace não iria.

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“Combs estava muito nervoso e tentando levar Big para uma festa”, disse Deal.

De acordo com Deal, Combs disse que eles precisavam ir a uma festa em Los Angeles sem segurança, embora houvesse informações de que alguém morreria se eles fossem (isso foi no auge da rivalidade entre os rappers da Costa Leste e da Costa Oeste).

Combs e Deal entraram em outro carro que não o de Wallace, de acordo com Deal. O carro de Biggie foi alvejado por tiros e ele foi levado ao hospital. Mais tarde, no hospital, Combs apareceu e disse a Deal que Biggie havia morrido.

Sean Combs supostamente era agressivo e sexual com seus funcionários

Uma pessoa que trabalhou na Bad Boy, cujo rosto e voz foram distorcidos para o documentário por questões de segurança, disse que Combs apresentava um padrão de comportamento agressivo e sexual com as pessoas que trabalhavam para ele. A pessoa disse que tinha trabalhado em projetos com Combs, que gritava e berrava no estúdio.

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“Às vezes ele diz certas coisas só para testar você”, disse essa pessoa.

Às vezes, Combs piscava para essa pessoa ou se inclinava muito perto de seu colo. Certa vez, de acordo com essa pessoa, Combs lhe mostrou um vídeo de dois homens fazendo sexo no celular.

“Ele estava só tentando me dizer que isso é o que as pessoas fazem na indústria da música para chegar ao topo”, disse.

A pessoa disse que sabia sobre as “freak offs” – as festas pós-festas em que as pessoas se envolviam em atos sexuais, que têm sido frequentemente mencionadas nos processos contra Combs.

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“Não teve uma festa do Diddy que não tenha se transformado em freak-off”, disse.

Combs pagou US$ 50 mil ao irmão de uma vítima do pisoteamento no City College

Making of a Bad Boy dedica um tempo considerável ao trágico incidente ocorrido no City College de Nova York, em 1991, quando nove pessoas morreram e dezenas ficaram feridas depois que as pessoas saíram em debandada em um ginásio durante um jogo de basquete beneficente.

Combs, que co-patrocinou e promoveu o evento, negou qualquer irregularidade.

Sonny Williams, que foi entrevistado para o documentário, disse que Combs dera pessoalmente à sua irmã, Sonya Williams, um ingresso para o evento, pois eles tinham amigos em comum. Ela foi uma das nove pessoas que morreram.

Williams explicou que sua família entrou em litígio sobre o incidente por seis anos. Em 1997, Williams disse que foi chamado ao escritório de Combs, onde lhe ofereceram US$ 50 mil. Williams disse que inicialmente rejeitou a oferta, mas depois aceitou o dinheiro e o colocou em uma fundação destinada a homenagear as vítimas.

Jason Swain, cujo irmão também morreu no incidente do City College, disse que recebeu US$ 40 mil. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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