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'Assassino a Preço Fixo' revive personagem de Bronson

Adaptação dirigida por Simon West não supera o original de 1972

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Por Redação
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Em 1972, quando Charles Bronson interpretou Arthur Bishop, o assassino frio que cumpria ordens de uma organização para eliminar criminosos incômodos, o britânico Jason Statham tinha apenas dois meses de idade. Bronson já tinha estrelado Era uma Vez no Oeste, de Sergio Leone, e exibia o mesmo olhar frio e determinado de quem espera o momento certo para executar uma vingança que Statham desfila agora na refilmagem de Assassino a Preço Fixo, na pele do mesmo Arthur Bishop. A refilmagem de uma obra com qualidade, que reforçou a imagem de anti-herói de Bronson, é muitas vezes um risco para quem ousa realizá-la. Nem sempre a poeira, que parece soterrar filmes já consolidados, necessita ser removida. Os bons vinhos que repousam nas adegas com aparência de esquecidos muitas vezes surpreendem ao serem abertos. Esta versão, dirigida de forma correta por Simon West (Lara Croft:Tomb Raider), não supera o filme original nem o apresenta sob um novo olhar, apesar das boas cenas de ação e de um elenco competente - como o próprio Statham e Donald Sutherland, que interpreta seu mentor, Harry McKenna, intermediário entre a organização que encomenda as mortes e o executor, conhecido pelo apelido de "o mecânico", uma metáfora para simbolizar o profissional eficaz que mantém as engrenagens em perfeito funcionamento. E também Ben Foster (O Mensageiro), como Steve, filho de Harry, que conhece as habilidades de Bishop e pede que ele o treine na "arte de matar". A primeira cena acompanha um traficante colombiano, escoltado por seguranças armados, num carro blindado, que passa por uma favela até chegar a sua mansão. No caminho, seus capangas espancam um homem, provavelmente algum viciado que não saldou suas dívidas. A câmera segue esse criminoso nos seis minutos que o separam da morte, na piscina de sua mansão. No melhor estilo James Bond, Bishop executa sua tarefa de forma rápida e consegue fugir sem ser percebido. A longa sequência, sem nenhum diálogo - nem mesmo os gritos de agonia do moribundo - mostra a que veio o personagem. Bem pago pelos serviços executados, o "mecânico" leva uma vida solitária e hedonista, numa bela casa de campo, que é também seu bunker. Ali ele planeja as ações, ouve música clássica numa vitrola para LPs antigos, além de restaurar um carro esporte. Bishop é o melhor profissional da organização, por sua cautela e eficiência, mas é também um arquivo vivo e perigoso. Por isso mesmo, ele toma todos os cuidados para não correr riscos desnecessários com seus superiores. Mas um novo serviço alterará o aparente equilíbrio em que vive. O treinamento de Steve, que realiza a contragosto - o rapaz tem personalidade instável e violenta, o oposto da sua - também é mais um risco que Bishop passa a correr. Ele não sabe até quando poderá confiar em Steve, mas precisa pagar para ver. (Por Luiz Vita, do Cineweb)

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