Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Alex Viany foram um dos principais nomes do Cinema Novo no Brasil, que nasceu durante o governo de Jânio Quadros. O movimento finalmente trouxe reconhecimento aos cineastas brasileiros que antes não faziam parte da elite intelectual do país. Filmes independentes não eram considerados uma forma de expressão cultural válida. Os diretores que participaram do movimento queriam mostrar justamente o contrário. A realidade sócio-econômica brasileira permitia muito mais que as produções de baixo orçamento fossem filmadas. Todas as carências do Brasil, um país de Terceiro Mundo, acabaram sendo incorporadas na estética dos filmes. O filme Agulha no Palheiro (1952), de Alexy Viany, mostrou o realismo urbano dos anos 50, introduzindo mudanças nos padrões cinematográficos daquela época. Viany queria que seu filme tivesse um caráter mais popular. Nelson Pereira dos Santos, seu assistente nessa produção, incorporou as idéias de Viany para filmar Rio, 40 Graus (1955). Para fazer esse filme e Rio, Zona Norte o diretor subiu nos morros cariocas para captar melhor a visão popular em relação a realidade brasileira. Glauber Rocha é considerado o real fundador do Cinema Novo no início da década de 60, apesar dos outros diretores já terem iniciado o processo. O jovem diretor baiano não sabia o que fazer com o material de Barravento, seu filme de estréia. Nelson Pereira dos Santos se ofereceu para montar e ordenar o material. Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) fez de Glauber um ídolo nacional já que seu filme concorreu a Palma de Ouro em Cannes. Perdeu para Os Guardas-Chuvas do Amor, de Jacques Demy. Em 1967, Terra em Transe comprovou mais uma vez a genialidade de Glauber Rocha.