A Embratur elogiou na terça-feira a crítica cinematográfica americana por seus comentários negativos a respeito de um filme de terror em que turistas são mortos no Brasil. A estatal de turismo disse estar tomando medidas para contrabalançar eventuais danos à imagem do país no exterior. Parte da imprensa brasileira ficou indignada com o filme Turistas, citando emigrantes que foram vê-lo desde a estréia nos EUA, na sexta-feira. No filme de John Stockwell que tem Josh Duhamel no elenco, jovens mochileiros americanos são atacados e assaltados, além de seduzidos por garotas de biquíni que depois os dopam com caipirinhas "batizadas". Depois, os personagens têm seus órgãos retirados por um cirurgião louco que comanda uma rede internacional de tráfico de órgãos. Fracasso Jeanine Pires, presidente da Embratur, disse à Reuters que a empresa instruiu sua agência internacional de propaganda para consertar qualquer dano eventualmente provocado por Turistas. "As pesquisas mostram que a maioria dos espectadores de fato distinguem entre ficção pura que aparece em um filme de horror e a realidade", disse Pires. "Ficamos preocupados no começo, mas o filme é um fracasso de crítica, que concorda ser de extremo mau gosto. Não vamos atacá-lo", disse Pires. Turistas ocupou o oitavo lugar nas bilheterias americanas neste último fim de semana, com uma arrecadação de US$ 3,5 milhões. O longa foi lançado pela Fox Atomic, braço da Fox Searchlight para filmes de gênero. Críticas Em artigo no Los Angeles Times, o crítico Dennis Lim disse que o filme é "totalmente previsível" em seu conteúdo "desagradável", e que reflete a propensão dos norte-americanos em se meterem em encrencas no exterior - "menos uma crítica do que uma incorporação de uma xenofobia paranóica", escreveu ele. Mahola Dargis, do New York Times, disse que "se estupidez fosse crime, os idiotas desse horror barato ´Turistas´ iriam passar um tempo na (penitenciária de) Attica". Em 2005, o Brasil recebeu 5,3 milhões de visitantes, que deixaram mais de 3,6 bilhões de dólares no país.
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