
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Ancine (Agência Nacional do Cinema) emitiram notas de pesar lamentando a morte do cineasta brasileiro Cacá Diegues na manhã desta sexta-feira, 14, aos 84 anos. O diretor foi um dos fundadores do Cinema Novo, responsável por filmes como Bye, bye Brasil, Xica da Silva e Tieta do Agreste.
“Recebi com muito pesar a notícia do falecimento de Cacá Diegues, que durante sua vida levou o Brasil e a cultura brasileira para as telas do cinema e conquistou a atenção de todo o mundo”, afirmou o presidente na nota.
Segundo Lula, "Ganga Zumba, Xica da Silva, Bye, bye Brasil e, mais recentemente, Deus é Brasileiro mostram muito bem nossa história, nosso jeito de ser, nossa criatividade. E representam a luta de nosso cinema, que sempre se reergueu quando tentaram derrubá-lo". O presidente estendeu seus sentimentos aos “familiares, colegas e fãs do grande Cacá Diegues”.
Já a Ancine reforçou que Cacá foi uma “grande referência e inspiração do audiovisual brasileiro” e destacou algumas das obras mais marcantes de sua trajetória profissional:
“Um dos fundadores do movimento Cinema Novo, Carlos José Fontes Diegues construiu, ao longo de sua carreira, uma obra com mais de 20 longas-metragens, vários deles premiados, com destaque para Xica da Silva (1976), Bye, bye Brasil (1980), Veja esta canção (1994), Tieta do Agreste (1995) e Deus é brasileiro (2003)“, recorda o texto.
“Em 2018, lançou o longa-metragem, O Grande Circo Místico, no mesmo ano em que se tornou membro da Academia Brasileira de Letras. Transmitimos nossos sentimentos aos amigos e familiares", finaliza a agência.
Nascido em 19 de maio de 1940 em Maceió, Alagoas, Carlos José Fontes Diegues se mudou para o Rio de Janeiro aos seis anos, e se apaixonou por cinema após cursar Direito na PUC. Ajudou a criar o movimento Cinema Novo ao lado de Glauber Rocha, Leon Hirszman e Paulo Cesar Saraceni, com o objetivo de mostrar a realidade socioeconômica do Brasil, sobretudo entre as décadas de 1960 e 1970.
Cacá foi pai de quatro filhos e deixou três netos. O velório ocorrerá neste sábado, 15, na sede da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, a partir das 9h. O corpo será cremado à tarde no Caju, na Zona Portuária da cidade.