Ficção científica? Comédia? Suspense? Romance? Sem bula, ou melhor, sem a sinopse que costuma preparar o espírito dos espectadores, só seria possível identificar o gênero de Feliz Coincidência (Happy Accidents), de Brad Anderson, no final. Com clássicos da bossa nova como trilha sonora e o enredo batido "bela moça perturbada procura grande amor", parece que a intenção era repetir o sucesso de Próxima Parada: Wonderland. Nem o ar brejeiro de Marisa Tomei salva. Em Feliz Coincidência, Anderson foi infeliz ao tentar repetir a fórmula antiga, conduzir o enredo e principalmente ao escolher o mocinho: Vincent D´Onofrio, um especialista em tipos bem esquisitos. No filme ele vive Sam Deed, rapaz que Ruby (Tomei) conhece em uma praça e que diz ter vindo do futuro. Mas D´Onofrio (vilão de A Cela e Men in Brack) não convence como apaixonado e suas juras de amor soam como ameaças de morte. Prova de que nem sempre os bons vilões recebem atestado de bom ator.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.