New York Times elogia Fernanda Torres e diz que ‘Ainda Estou Aqui’ é devastador: ‘Olhar magnético’

Jornal norte-americano não poupa elogios ao longa de Walter Salles e o elege como um dos grandes filmes sobre memória da América Latina

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Por Daniel Vila Nova
Atualização:

O jornal norte-americano The New York Times publicou nesta quinta-feira, 16, uma elogiosa crítica ao filme brasileiro Ainda Estou Aqui. No texto, assinado pela jornalista e crítica cinematográfica Alissa Wilkinson, a atuação de Fernanda Torres é o grande destaque. A obra de Walter Salles, que estreia nesta sexta-feira, 17, nos Estados Unidos, é definida como um longa “habilidosamente elaborado e ricamente filmado” e “belo e devastador”.

“Torres compõe sua performance com inúmeras emoções — alegria no meio do medo, esperança em meio à dor —, e seus olhos inquisitivos são magnéticos”, escreveu Alissa. “Este não é apenas um filme sobre uma mulher forte, embora também seja isso. É também sobre o que os regimes autoritários fazem para manter as pessoas na linha.”

'Ainda Estou Aqui' estreia nos cinemas norte-americanos em 17 de janeiro, após passagem de sucesso por festivais nacionais e internacionais Foto: Alile Dara Onawale/Divulgação

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Na crítica, Alissa ressalta a importância da memória enquanto peça fundamental da cultura de um país e destaca como filmes latino-americanos parecem ser especialistas em tratar sobre o tema. Ao falar sobre longas latinos premiados que abordam tal questão — como Azor, La Memoria Infinita e Argentina, 1985 — , a jornalista coloca o de Salles no mesmo patamar.

“A popularidade do filme não é nenhum mistério”, escreve Alissa, que destacou o sucesso alcançado pelo filme nos cinemas brasileiros. Para a jornalista, o “segredo do apelo global” do longa mora na forma com que ele demonstra como a política é capaz de interromper e modificar o cotidiano das pessoas. “É um retrato emocionante de como a solidariedade, a comunidade e o amor são o único caminho viável para enfrentar uma tragédia.”

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Por fim, a crítica ainda diz que o longa serve como um sinal para que desconfiemos de todos que tentem apagar ou reescrever o passado. “Salles afirmou que filmes são ‘instrumentos contra o esquecimento’ e que acredita que ‘o cinema reconstrói a memória’. Com Ainda Estou Aqui, ele garante que ninguém possa esquecer.”

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