Por que o Quarteto Fantástico é tão importante para a Marvel?

Novo filme do grupo de super-heróis ganhou primeiro trailer nesta terça-feira, 4

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Por Daniel Vila Nova
Atualização:

Após 17 anos de Universo Cinematográfico da Marvel, o Quarteto Fantástico finalmente irá estrear na continuidade comandada por Kevin Feige, o presidente dos Estúdios Marvel. Na manhã desta terça-feira, 4, o primeiro trailer do longa dirigido por Matt Shakman foi lançado. No elenco, estão Pedro Pascal (Reed Richards/Sr. Fantástico), Vanessa Kirby (Sue Storm/Mulher Invisível), Ebon Moss-Bachrach (Ben Grimm/Coisa) e Joseph Quinn (Johnny Storm/Tocha Humana).

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A chegada da primeira família da Marvel ao MCU era aguarda por fãs há anos. Nos quadrinhos, as histórias do grupo foram o primeiro grande sucesso da editora e transformaram Reed, Sue, Ben e Johnny em pilares da Casa das Ideias. Uma versão cinematográfica, então, era um próximo passo óbvio.

O caminho, no entanto, foi tortuoso. Ao longo das últimas décadas, três diferentes versões — 1994, 2005 e 2015 — do grupo chegaram ao cinema, mas sem alcançar grande sucesso. Nenhuma delas, entretanto, estava diretamente relacionada à Marvel. Na década de 1990, a Casa das Ideias vendeu os direitos cinematográficos de seus principais super-heróis parar arcar com enormes dívidas.

Ilustração do elenco do novo 'Quarteto Fantástico' Foto: Marvel Studios

Com isso, estúdios como a Fox e a Sony compararam os direitos de personagens como Homem-Aranha, Wolverine e X-Men e Quarteto Fantástico, e passaram a produzir longas sobre os super-heróis da editora de quadrinhos. Foi somente em 2008, com o lançamento de Homem de Ferro e a criação do MCU, que a Marvel começou a produzir seus próprios filmes. Os personagens disponíveis para os longas, no entanto, não eram tão conhecidos pelo público geral.

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Mesmo assim, Kevin Feige e companhia obtiveram sucesso em sua empreitada e criaram um gigantesco universo compartilhado, que rendeu bilhões de dólares e se estabeleceu como a principal narrativa de super-heróis do cinema. Em 2019, a Disney comprou a Fox e readquiriu os direitos cinematográficos de inúmeros personagens da editora de quadrinhos, incluindo o Quarteto Fantástico. No mesmo ano, a empresa anunciou que estava trabalhando em uma nova versão do grupo de super-heróis para as telonas.

“O Quarteto Fantástico é a base para tudo o que veio depois deles nos quadrinhos”, afirmou Feige à revista norte-americana Entertainment Weekly em 2023. “Já existiram outras versões cinematográficas, mas nunca dentro do MCU. Isso é algo que realmente nos empolga”, comentou. Para o produtor, o plano é que o grupo de super-heróis se torne um dos pilares do Universo Cinematográfico da Marvel nos próximos anos. “Da mesma forma que eles têm sido nos quadrinhos por mais de 60 anos”, completou.

A primeira família da Marvel

O título de “primeira família da Marvel” não é por acaso. Criado em 1961 por Stan Lee e Jack Kirby, o grupo é considerado o primeiro grande acerto da Casa das Ideias no mundo dos quadrinhos. Em uma época onde o gênero de super-heróis pouco arriscava em suas narrativas, Lee e Kirby criaram uma história focada na dinâmica familiar de seres superpoderosos — Sue e Johnny são irmãos, Reed e Sue são casados, Ben e Reed são amigos de longa data.

Ao invés de serem pessoas perfeitas, os personagens eram falhos e constantemente brigavam entre si. Os laços familiares, no entanto, eram mais fortes do que tudo e mantinham o grupo unido, apesar das divergências. Além de vilões e monstros, a família enfrentava problemas reais e mundanos. A novidade catapultou o Quarteto Fantástico ao sucesso e estabeleceu a Marvel como uma das principais editoras de quadrinhos dos Estados Unidos.

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Em 1961, a Marvel lançou o primeiro quadrinho do Quarteto Fantástico. Foto: Reprodução/Marvel

As aventuras da primeira família também introduziram inúmeros outros personagens icônicos da Casa das Ideias como Pantera Negra, Namor, Doutor Destino, Surfista Prateado e Galactus. Com o sucesso do Quarteto, Stan Lee e Jack Kirby foram convidados a criar ainda mais super-heróis para a Marvel. Com isso, surgiram personagens como o Homem-Aranha, os Vingadores, os X-Men, entre outros. Não é exagero falar que, sem o Quarteto Fantástico, a Marvel como conhecemos hoje não existiria.

Entre as décadas de 1960 e 2010, o grupo foi uma das principais publicações da editora. O sucesso do MCU, no entanto, acabou interferindo na linha editorial dos quadrinhos da Marvel. Heróis como Homem de Ferro, Capitão América e Thor, que antes eram considerados personagens secundários, passaram a ganhar mais notoriedade. Sem os direitos cinematográficos do Quarteto, a Casa das Ideias passou a preterir publicações que não estivessem atreladas ao cinema.

O quadrinho mensal do grupo foi cancelado em 2015 e, durante três anos, a Marvel não publicou histórias inéditas sobre o Quarteto Fantástico. Em 2018, o Quarteto voltou a ter um título mensal, mas estava longe de ocupar o mesmo holofote que ocupava na era pré-MCU. Com a compra da Fox em 2019, as coisas começaram a mudar. O ano também marcou o final da Saga do Infinito e, desde então, a Marvel nunca alcançou o mesmo nível de sucesso no cinema.

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Com a chegada do Quarteto Fantástico ao MCU, Kevin Feige sonha em recuperar o prestígio de suas produções. O filme, tido como um dos mais importantes projetos do estúdio, iniciará a Fase 6 do universo compartilhado da Marvel. Em entrevistas à imprensa norte-americana, Feige afirmou que o Quarteto será tão importante quanto os Vingadores foram no passado.

Além dos protagonistas do grupo, um dos vilões mais icônicos dos quadrinhos também receberá uma nova roupagem. Trata-se de Victor Von Doom, o Doutor Destino. Arqui-inimigo de Reed Richards, a nova versão do personagem será interpretada por Robert Downey Jr. A escolha do ator, que interpretou Tony Stark no mesmo universo cinematográfico durante uma década, foi um choque para os fãs. O vilão, no entanto, não deve aparecer no longa de estreia do Quarteto Fantástico. Doutor Destino será o antagonista dos dois próximos filmes dos Vingadores, Doomsday e Guerras Secretas, que estreiam em 2026 e 2027, respectivamente.

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