Ainda Estou Aqui mudou a história do cinema brasileiro garantindo o Oscar de Melhor Filme Internacional. Mas, afinal, com quem fica a estatueta?

Nesta segunda, 3, alguns veículos, como o Estadão, divulgaram que quem ficaria com a estatueta seria o país de origem do filme, a quem cabe a indicação. Essa regra vigorou até 2014: o País ficava com a estatueta e decidia o que fazer com ela - e o nome do diretor nem aparecia gravado na placa.
O atual regulamento diz: “A estatueta da Academia (Oscar) será concedida ao filme e aceita pelo(a) diretor(a) em nome dos talentos criativos do filme. Para os propósitos dos Prêmios da Academia, o país será creditado como o indicado. O nome do(a) diretor(a) será gravado na placa da estatueta após o país e o título do filme”.
Ou seja: O Brasil ganhou o Oscar, mas Walter Salles, o diretor responsável pelo filme premiado, passou a contar com um Oscar em seu currículo, recebeu a estatueta e ficou com ela. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do filme.
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Ainda Estou Aqui venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional na noite deste domingo, 2, em Los Angeles, nos Estados Unidos. O longa disputou o troféu com A Garota da Agulha (Dinamarca), Emília Pérez (França), A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha) e Flow (Letônia).
Baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, o filme se passa num contexto de ditadura militar e é centrado em Eunice Paiva (Fernanda Torres), mulher do ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello), que desapareceu e foi morto durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985). Torres interpreta uma mulher forte, que diante de diversas situações tensas, intimidadoras ou tristes, como a perda do marido, buscou manter os eixos da família.
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Confira o discurso de Walter Salles
“Obrigado ao cinema brasileiro. Estou honrado por receber este prêmio de um grupo extraordinário de cineastas. Este prêmio vai para uma mulher que, até o final de um regime autoritário, decidiu não se curvar e resistir. Isso vai para ela. Seu nome é Eunice Paiva. E vai para as duas mulheres extraordinárias que a viveram, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, disse o diretor.
*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais