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Titã Miklos desponta como ator revelação

O músico dos Titãs faz um papel barra-pesada no filme O Invasor, de Beto Brant, e surpreende com a boa atuação na pele de um malandro de periferia

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Por Agencia Estado
Atualização:

Sentindo-se ainda como "um peixe fora d´água", o músico Paulo Miklos, uma das cabeças do grupo de rock Titãs, participa como ator no filme O Invasor, de Beto Brant, contracenando com Marco Ricca e Mariana Ximenes. O filme foi a atração de ontem no Festival de Brasília. Não é uma ponta: Miklos faz um dos papéis principais. E não se enganem: ele convenceu a crítica e tem chances até de ser o azarão na corrida pelo prêmio de melhor ator em Brasília. Com os Titãs, ele tinha feito anteriormente uma ponta em Areias Escaldantes, nos anos 80. Mais de dez anos depois, após um show em São Paulo, o diretor Beto Brant (diretor do celebrado Os Matadores) o procurou e disse que queria o cantor como astro de seu novo filme. Brant já tinha trabalhado com os Titãs, dirigindo clipes do disco Titanomaquia (1993). "Achei que estava apenas entusiasmado com o show e que no dia seguinte ia esquecer", diz Miklos. "Mas eu estava enganado: ele vinha pensando nisso há dois anos", conta. No início, ficou meio apavorado. Tudo que o confiante Brant lhe dizia era: "Você é um cara inteligente, vai matar a pau." Mas, para fazer o papel de um malandro de periferia, era preciso mais que intuição. Miklos então mergulhou na pesquisa. Leu os livros-chave da nova literatura de perifeira: Por que Não Dancei, de Esmeralda Ortiz; Capão Pecado, de Ferréz; e Cidade de Deus, de Paulo Lins. "Mas meu consultor fundamental foi o rapper Sabotage, que me deu talvez o elemento mais importante: a linguagem, o discurso", conta o cantor. "Acho até que teve um lance de osmose, peguei um pouco do jeitão dele, embora meu personagem não seja do movimento do rap, é um cara mais velho, sem engajamento." Miklos, de 42 anos, está com os Titãs desde o início. Antes, tinha participado do projeto Aguilar e a Banda Performática e tocado em bares e inferninhos de São Paulo. Chegou a cursar composição e regência na USP e atualmente tem um disco-solo nas lojas, Vou Ser Feliz e Já Volto (Abril Music).

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