Uma maratona de filmes para salvar o Cinearte

Exibição de quatro filmes inéditos faz parte de campanha para impedir o fechamento do tradicional cinema paulistano. Abre a maratona Tiros em Columbine, documentário de Michael Moore vencedor do Oscar 2003

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Por Agencia Estado
Atualização:

Há uma campanha em desenvolvimento para salvar o Cinearte, no Conjunto Nacional. Você poderá participar dela nesta noite, unindo o útil ao agradável. Haverá uma maratona de quatro filmes inéditos começando às 22 horas. Pela manhã, os sobreviventes da iniciativa inédita na cidade serão contemplados com um café da manhã e poderão ir para casa aliviados pelo fato de haver dado sua contribuição a uma campanha que é realmente meritória. A iniciativa é do próprio Conjunto Nacional, por intermédio de sua síndica Vilma Beramezza, que realiza a campanha com apoio do vereador Nabil Bonduki. Ele é autor do projeto de lei que isenta de impostos municipais os cinemas localizados em ruas e galerias. É um projeto que visa a salvar salas em estado de abandono ou que enfrentam dificuldades para sobreviver num mercado no qual os shoppings são as grandes estrelas. É um fato: o Brasil está vendo diminuir a olhos vistos as salas de periferia ou aquelas que, na cabeça dos espectadores, não oferecem as condições que eles consideram indispensáveis de segurança. O Cinearte está ameaçado de fechar. O projeto do vereador visa justamente a criar condições não só para sua sobrevivência, mas também para a reativação de espaços atualmente fechados na cidade de São Paulo. Um deles é o Cine Marrocos, no Centro de São Paulo, atrás do Teatro Municipal. Para inteirar-se da Campanha SOS Cinearte, o interessado pode acessar o site www.mostra.org e clicar no ícone Como Salvar Cinemas. Programação - Os quatro filmes selecionados para a maratona de pré-estréias são obras merecedoras de toda atenção. O primeiro do programa é justamente o polêmico Tiros em Columbine, o documentário de Michael Moore, que deu ao diretor o Oscar da categoria. Moore saiu da cerimônia de entrega do Oscar como a principal oposição, hoje, nos Estados Unidos, ao presidente George W. Bush. Ele fez duras críticas ao presidente, a quem chamou de "político fictício", que queria fazer uma guerra "também fictícia" com o Iraque. A guerra terminou sendo bem real, como sabe todo mundo que acompanhou o ardor dos combates pela mídia. O filme de Moore é um requisitório contra a cultura da violência que se manifesta por meio do culto das armas na sociedade americana. Os outros três filmes são, pela ordem: Bicicletas de Pequim, do chinês Wang Xiaoshuai, transpõe para a China contemporânea a trama do clássico neo-realista Ladrões de Bicicletas, de Vittorio De Sica. O filme pertence a uma série de seis produções, Tales of Chaging China, que narra as transformações sociais ocorridas recentemente na China. Logo em seguida, será exibido o filme argentino de Marcelo Piñeyro Kamchatka, que trata da repressão política no país do Prata. E, terminando a noitada, já no amanhecer, A Festa nunca Termina. O filme do inglês Michael Winterbottom recria a Manchester dos anos 1970, quando a cena musical viu nascerem, por exemplo, os Sex Pistols. A Festa nunca Termina foi um grande sucesso na mostra no ano passado. Sua exibição no horário previsto será o fecho para cima de uma campanha que precisa do seu apoio para ser bem-sucedida.

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