Começa disputa pela diretoria da CBL

Pela primeira vez desde 1988, duas chapas o comando da Câmara Brasileira do Livro: uma liderada pelo distribuidor José Henrique Grossi, e outra pelo livreiro Oswaldo Siciliano

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Por Agencia Estado
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Em fevereiro, a Câmara Brasileira do Livro, entidade que reúne editores e livreiros do País, escolhe sua nova diretoria. E, pela primeira vez desde 1988, há duas chapas: uma liderada pelo distribuidor José Henrique Grossi hoje vice-presidente da CBL, e outra por Oswaldo Siciliano, dono da rede de livrarias que leva seu sobrenome. As chapas devem ser inscritas até 16 de fevereiro. As duas chapas contam com membros da atual gestão, presidida pelo editor Raul Wassermann, mas a que mais se identifica com ela é a de Grossi. Além de contar com o apoio de Wassermann, Grossi compôs com editoras associadas à Libre, entidade que organiza há dois anos a Primavera dos Livros. A Libre é formada por pequenas e médias editoras, que resistem ao nome de Siciliano - dono de uma grande rede de livrarias, cujas negociações em torno do preço e da quantidade de livros prejudicariam essas empresas. Uma das políticas defendidas pela chapa de Grossi é a defesa de uma ampliação da política de compra de livros não-didáticos por órgãos públicos e a abertura de linhas de crédito especiais para "editores, livreiros e distribuidores". Para Grossi, a nomeação do poeta Waly Salomão para a Secretaria do Livro e da Leitura, do Ministério da Cultura, não correspondeu a uma expectativa do mercado livreiro, embora possa vir a ser uma surpresa. "Ottaviano de Fiore (o secretário da gestão FHC) era um autor conhecido, mas que não se mostrou operacional; parece ter saído da secretaria sem entender a máquina", afirma. Grossi acha que o mercado livreiro pode ter uma relação melhor com Lula do que com FHC, devido a um histórico de boas relações com prefeituras petistas. A chapa de Oswaldo Siciliano também tem uma boa expectativa em relação ao governo Lula. "A candidatura Lula se embasou em valores de resgate cultural que também são nossos", afirmou Rosely Boschini, da editora Gente, que concorre a uma das vice-presidências da CBL. Na sua opinião, não há uma relação direta entre o "negócio Siciliano" e sua chapa. "Procuramos reunir gente do Brasil inteiro e de pequenas, médias e grandes empresas", completa. Para ela, a gestão Wassermann realizou "um bom trabalho de base", expandindo as feiras de livros para o interior.

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