A programação de dança do Balaio Brasil, projeto organizado pelo Sesc, reúne 20 coreografias de 17 companhias de todo o País. O público poderá conferir a diversidade de produções que existe no setor, como a intensa pesquisa feita pelas mineiras Luciana Gontijo e Margô Assis, em Experimento 1, ou a mistura entre poesia e cultura afro da paulistana Gisele Moreau. A idéia é reunir as várias tendências da dança brasileira e abrir novos espaços. Para isso, os curadores escolheram os grupos tendo em vista a qualidade artística e o fato de as companhias não terem ainda se apresentado em São Paulo. O Balaio Brasil apresenta diferentes estéticas e formas de pensamento, revela nomes e promove um intercâmbio entre as companhias de outros Estados. De terça até o dia 26, as unidades do Sesc receberão representantes do Amazonas ao Rio Grande do Sul. Acabou-se o que Era Doce/Cambindas é a coreografia da Cia. Trupe do Passo, do Rio de Janeiro, dirigida por Duda Maia. Há quatro anos eles se dedicam à dança contemporânea; neste trabalhos levam ao palco o jeitinho brasileiro de lidar com a aridez do interior e as origens do maracatu.Também do Rio, Frederico Pares e Gustavo Ciríaco, inspirados no teatro de Samuel Beckett, criam uma atmosfera absurda e divertida em Cem Água. Anthropos, leva a assinatura de Paulo Fernandes, representado o Espírito Santo. A porposta é buscar o elo perdido entre os homens e a criação. Auto do Estudante que se Vendeu ao Diabo e A Pedra do Reino são trabalhos da Cia. de Dança Grial, de Pernambuco, sendo que a segunda peça terá estréia nacional. Primata Terra e Marcas, da Cia. Alaya Dança do Distrito Federal, também trabalham com a idéia de gênese e evolução. Cristina Castro, diretora e coreógrafa da companhia baianaVila Dança, pesquisa o movimento ligado ao cotidiano, além de buscar as raízes da cultura brasileira. O grupo, com sede no Teatro Vila Velha, se apresentou mais de 60 vezes no ano passado e traz a São Paulo o espetáculo CO2: Cinco Sentidos e um Pouco de Miragem, que ficou em cartaz por seis semanas consecutivas na Bahia. Um dos destaques dessa coreografia é a trilha sonora eclética, que conta com músicas de Francisco Alves, do grupo Boca do Inferno, entre outros. Cordel: Sonho e Sátira, do Grupo Espaço de Dança do Amazonas, fala sobre a cultura nordestina e a sua influência na formação cultural da região amzônica. O Grupo foi fundado há 14 anos para compor o corpo de baile do Teatro Amazonas. O Balé Popular da Universidade Federal da Paraíba procura investigar a cultura regional por meio da dança como em Dobrado que Nem Tapioca. Pé, Umbigo e Coração, da alagoana Telma César, investiga a criação em dança contemporânea a partir do folclóre e dos movimentos populares. Já os sergipanos do Nóis em Cia. criam coletivamente e a base do trabalho, Duas Abstrações e uma Figuração Única, é a troca de experiências entre os componentes. Bia Mattar do Grupo Sapateado Patibiriba reúne influências da cultura negra e indígena e demonstra que o sapateado brasileiro veio dos ritos africanos e indígenas, com Perc Pé Brasil. João Andreazzi, de São Paulo, enfoca o corpo inserido entre a realidade e a virtualidade. Com auxílio de um vídeo, brinca com a noção de tempo e de espaço em Ooze/Ezoo. Em 3 Partes y una Pared, da Companhia de Dança de Caxias do Sul, o limite do corpo; um balé aéreo que explora a força e o equilíbrio em um cenário composto por cordas. Para fechar a programação, a Verve Cia de Dança do Paraná apresentará Truvejas Pra Nóis Chorá, uma peça inspirada no cotidiano de regiões interioranas do Brasil.