
A carreira de Rebecca Sharp teve o que se pode chamar de boom nos últimos dois anos. Radicada no Colorado, a artista plástica brasileira - formada em Artes Dramáticas na Goldsmiths, da Universidade de Londres - emplacou, neste período, trabalhos na Bienal de São Paulo, em 2018, uma expo individual na Galeria Mendes Wood na Bélgica, este ano, e a participação em uma mostra coletiva em Comporta, Portugal.
Representada pela Sé Galeria, ela se prepara para expor na SP-Arte, que começa no dia 20. E na renomada feira mexicana ZonaMaco, ano que vem.
"Comecei a pintar aos 18 e nesses anos eu também explorei a música, a meditação e outras coisas que me fascinavam, mas a pintura sempre esteve lá. De uns quatro anos pra cá fui do abstrato para obras menores, mais surrealistas, o que me permitiu pintar com mais foco e com mais clareza. A partir daí eu consegui me comunicar com as pessoas mais facilmente e acho que o público sentiu isso".
Ela também atribui o crescimento na visibilidade de seu trabalho ao apoio recebido de Maria Monteiro, da Sé Galeria. "Foi muito importante ter esse apoio do olhar do outro", destaca.
E se o "olhar externo" lhe garantiu um impulso, o interno ainda é a peça mais importante na arte de Rebecca. Ela tem práticas constantes de meditação há mais de 20 anos e acha que seu trabalho "é fruto direto desses mergulhos profundos". Antes de pintar, ela faz o que chama de esvaziamento psíquico.
"Saio da mente comum, que pensa em termos lineares. Mesmo se a obra tem a ver com política ou com problemas sociais, o artista tem que vir de um ponto novo", explica.