Em 1993, o garoto italiano Giuseppe di Matteo, então com 11 anos, foi sequestrado pela máfia siciliana. O motivo? Retaliação. Seu pai, um ex-líder do crime preso meses antes, havia se tornado informante da polícia. Apesar dos esforços das autoridades para encontrá-lo, Giuseppe foi mantido em cativeiro durante 26 meses, submetido a torturas e teve um fim trágico. O caso abalou a Itália.
Mais de duas décadas depois, os diretores Fabio Grassadonia e Antonio Piazza se baseiam na famosa história para rodar seu segundo filme, O Fantasma da Sicília. A temática, aliás, é a mesma do primeiro longa da dupla, 'Salvo: Uma História de Amor e Máfia' (2013), mas com uma diferença marcante.
Desta vez, os cineastas mesclam fatos reais com um toque fantástico, que embarca o espectador num universo de fábula. Assim, ficção e realidade se confundem.
A história é contada a partir do ponto de vista de uma personagem fictícia, Luna (Julia Jedlikowska), que, mesmo com o passar do tempo, se recusa a aceitar o desaparecimento de Giuseppe (Gaetano Fernandez). Os dois se descobriam apaixonados quando o jovem foi sequestrado. E uma conexão metafísica entre o casal - que envolve a bucólica paisagem da região da Sicília - sustenta o enredo até o fim.
O longa se desenvolve em múltiplas camadas, alternando-se entre o drama e o suspense. Talvez seja este seu trunfo.
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