Toda semana, Renata Mesquita vai reprovar absurdos vistos por aí nessa nova rotina imposta pela pandemia
A tal depressão da quarentena finalmente me alcançou. Você deve estar aí lendo isso e pensando "minha filha, demorou né?". Pode ser. Tentei esse tempo todo ser a pessoa otimista (é verdade), aquela do "vai passar". A que olha o copo meio cheio - devo ter soltado mais de umas cem vezes a frase "estou tentando tirar o melhor da situação". Mas neste momento, nem me lembro mais quem era essa aí. Está difícil. Calma, não é nada clínico, não mandem me internar. Apenas quero (assim como todos, imagino) a minha vida de volta ao normal, não ao novo normal, me conforto com o ordinário mesmo.
Suspeito que essa história da reabertura seja o verdadeiro gatilho desse sentimento. Está confuso. No isolamento a regra era clara: fiquem em casa. Agora é: façam o que bem entenderem, o governo liberou, desde que usem máscara. Mas não acho que seja bem assim. Afinal, as mortes não pararam certo? A sensação que prevalece dentro de mim é que devemos continuar tentando ao máximo manter um distanciamento (não apenas os dois metros, mas em relações).
E as redes sociais não ajudam em nada nesse momento (sim, claramente fui tocada pelo documentário da Netflix). Nas últimas semanas, meu feed vai da Europa à Bahia em questão de segundos. E como esse espaço é meu, vou falar: não precisa, meu povo. Se não por mim, pelas vidas que já se foram. Vejo como um certo desrespeito com quem ainda está em casa ou nem mesmo pode sair dela, por diversas questões.
Proponho mudar a hashtag do #fiqueemcasa para #guardeparavocê. PS: Se o meu sentimentalismo não te toca (tudo bem por mim), que a segunda onda de infecções de covid-19 na Europa noticiada nos últimos dias, sim.