Assim como a cerimônia do Oscar, o Sunset Boulevard e o Grauman"s Chinese Theatre, o letreiro "Hollywood" tornou-se um ícone do cinema, do espírito de celebridade e da própria cidade de Los Angeles. Mas o cartão-postal está ameaçado por empreendimentos imobiliários. Interessados na preservação do marco dizem ter somente até o dia 14 de abril para aproveitar uma chance de compra e ficar com o terreno adjacente ao letreiro. Para isso, precisam arrecadar US$ 12,5 milhões."Seria terrível se esta paisagem fosse destruída", advertiu Tom LaBonge, vereador de Los Angeles encarregado de representar a região. "É o nosso maior símbolo." Há duas semanas, o democrata LaBonge e o fundo Truste pelos Terrenos Públicos anunciaram já terem arrecadado cerca de US$ 8 milhões. A ideia é comprar mais de 55 hectares localizados atrás e à esquerda das letras, acrescentando o terreno ao Griffith Park, a leste do letreiro conhecido no mundo todo.Segundo La Bonge, há motivos para preocupação - a menos que o terreno seja protegido, os atuais proprietários seguirão com a construção de mansões. Paige Rausser, gerente de projetos do grupo de conservação, afirmou ter recebido doações de US$ 1 milhão desde o início de campanha, iniciada há duas semanas. Por cinco dias, o grupo cobriu as letras de quase 15 metros de altura que compõem a palavra "Hollywood" com a mensagem "Save the Peak" (salvem o pico, em referência a Cahuenga Peak, nome da montanha onde fica o letreiro).O letreiro foi montado em 1923 como peça de publicidade para um projeto habitacional chamado Hollywoodland. Depois, a versão encurtada se tornou uma das mais famosas de todos os tempos.Virado para o sul, ele se estende sobre uma cordilheira de quase 570 metros que separa Hollywood e boa parte de Los Angeles do Vale de San Fernando, ao norte. Em 2002, o terreno de 55 hectares localizado no Cahuenga Peak foi posto no mercado pelos administradores da herança de Howard Hughes, dono do local desde a década de 1940.Segundo Paige Rausser, o comprador, parte de um grupo de investidores de Chicago, obteve permissão para construir várias mansões no local - e, em 2008, a propriedade subdividida foi posta à venda por US$ 22 milhões.As tentativas de preservar o terreno em torno do letreiro foram em muito ajudadas pela crise econômica, que atrasou a construção. Com o mercado em queda, o Truste pelos Terrenos Públicos conseguiu fechar um acordo de opção de compra da propriedade em até um ano, por cerca de US$ 12,5 milhões. Os patrocinadores acreditam que vão reunir doações suficientes para o projeto até o prazo final. "Vamos conseguir", acrescentou confiante LaBonge.