A América Latina será a principal protagonista da 67a edição da Feira do Livro de Madri, em 17 dias que divulgarão os novos destaques da literatura da região. O diretor da Feira, Teodoro Sacristán, disse na quarta-feira que a idéia este ano é fomentar na Espanha o conhecimento das novas vozes da literatura latino-americana e fortalecer os laços com as indústrias de livros do outro lado do Atlântico. "Os visitantes vão conhecer de perto uma literatura que, depois do grande boom anterior, está vivendo uma renovação, com vários autores de menos de 40 anos", disse Sacristán, dando como exemplos o peruano Santiago Roncagliolo, o colombiano Juan Gabriel Vásquez, o argentino Alan Pauls e o mexicano Jorge Volpi. Debates, encontros com escritores, mesas-redondas, conferências, apresentações de livros e sessões de contar histórias farão parte da feira, cuja palestra inaugural ficará a cargo do editor e escritor Jorge Herralde, que será agraciado com a primeira edição do prêmio Leyend@ do Grêmio de Livreiros de Madri. O prefeito de Madri, Alberto Ruiz-Gallardón, elogiou os organizadores da Feira e o local em que ela terá lugar, o Paseo de Coches del Retiro. "Vocês o converteram no maior evento ao ar livre que já houve na Espanha e, provavelmente, no mundo", declarou, falando dos livreiros de Madri. Outro prêmio que o Grêmio vai entregar durante a Feira será o do Livro do Ano, que desta vez ficará com "El corazón helado", de Almudena Grandes. "A vinculação com a América Latina me parece um grande acerto", disse Gallardón. "E não serão destacados apenas os clássicos consagrados, como Alfono Reyes, Rubén Darío ou Mario Vargas Llosa." O LIVRO, UM BEM CULTURAL INSUBSTITUÍVEL O prefeito também destacou o valor do livro como suporte cultural insubstituível na sociedade de hoje. "Se houve alguma época em que pensamos que outros sistemas de comunicação da informação poderiam tomar o lugar do livro como suporte (...), hoje, felizmente, vemos que não é assim. O livro vai muito bem de saúde, porque soube conservar seu lugar numa sociedade da informação que precisa converter-se em sociedade do conhecimento", disse Gallardón. "De que nos serve a sociedade do conhecimento se não somos capazes de transformar o conhecimento em cultura?" "Nesse trajeto da informação à cultura, passando pelo conhecimento, está claro que, embora todos os suportes sejam bem-vindos, se quisermos chegar ao destino final --a cultura --, teremos que fazê-lo através do livro."