As aventuras dos corajosos gauleses Asterix e Obelix voltam esta quinta-feira, 21, com seu 39º livro da série em quadrinhos, Asterix nas pegadas do grifo, traduzido para 17 línguas e com tiragem inicial de cinco milhões de exemplares.
Este novo volume da série começa com um sonho premonitório do druida Panoramix, no qual ele vê que o perigo ameaça o xamã dos sármatas, um povo que habitava a Europa oriental na época do Império Romano.
Pouco se sabe sobre esse povo nômade, que realmente existiu. Mas a história dos quadrinhos permite imaginar uma sociedade onde os papéis de gênero se invertem: os homens ficam em casa (uma yurt, neste caso) e as mulheres vão para a guerra. “Havia sármatas rainhas, as mulheres lutavam, mas imagino que ao lado dos homens”, explica Jean-Yves Ferri, o roteirista deste novo livro.

Após a morte dos pais de Asterix, René Goscinny e Alberto Uderzo, assumiram o cargo o cartunista Didier Conrad e o roteirista Ferri. E eles mantiveram um traço comum: não levar isso muito a sério.
“É uma história em quadrinhos bem humorada, Asterix foi criado para fazer as pessoas rirem”, disse Ferri durante uma conversa com a AFP.
Entre as aparições regulares da saga, um geógrafo romano com as características do escritor francês Michel Houellebecq conduzirá as legiões de Júlio César às terras frias dos sármatas. Uma viagem com o objetivo de encontrar o mítico grifo, meio águia, meio leão. O álbum anterior de Conrad e Ferri, "La hija de Vercingetórix" (lançado em 2019), dividiu a crítica por sua interpretação da protagonista feminina, que alguns consideram carregada de clichês sexistas.