PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Uma geléia geral a partir do cinema

Rio, lá vamos nós

PUBLICIDADE

Acreditem, mas simplesmente não tenho tido tempo de postar. Desde que voltei de Porto Alegre, entrei na roda viva da redação. Um dia foi a abertura do Festival Sesc de Melhores Filmes, no outro, do Festival É Tudo Verdade e todo dia tenho visto filmes, feito entrevistas. Fiquei uma hora conversando com Maria Ribeiro, que fez o belíssimo documentário sobre Los Hermanos, outra com Yoku Wakabayashi, o discípulo de Shohei Imamura que veio a São Paulo para mostrar Cavalos de Fukushima e discutir (amanhã, sábado, às 18 h, no CCBB) o legado de seu mestre. Também conversei - por telefone - com os irmãos Anthony e Joe Russo, de Capitão América 2, do qual gosto bastante. Ontem, 3 de abril, posso ter perdido a data no blog, mas fiz para o portal do Estado textos sobre os 90 anos de Doris Day e Marlon Brando. Ambos nasceram no mesmo dia, ela, em Cincinatti, Ohio, ele, em Omaha, Nebraska. Brando virou a encarnação da rebeldia na tela e Doris, a da caretice, embora, justiça seja feita, fosse uma grande cantora e uma atriz apreciável. Doris não foi uma atriz que cantava - mas cantou bastante frente às câmeras - e sim, uma cantora que fez filmes. Mas ela também fez, com Rock Hudson (e James Garner, Rod Taylor), as comédias que lhe valeram o rótulo de virgem do hímen de aço e inspiraram a piada famosa de Groucho Marx - 'Conheci Doris Day quando ela ainda não era virgem'. Também fiz para o portal matéria sobre a abertura do É Tudo Verdade, ontem à noite, incluindo o regalo da inauguração. Amir Labaki homenageou Eduardo Coutinho, grande amigo de seu festival de documentários, exibindo um curta com uma entrevistas que deveria integrar projeto que ele abandonou. Quem teve a ideia foi João Moreira Salles, que propôs a Coutinho que reencontrasse personagens emblemáticas de seus documentários. O próprio Coutinho fica repetindo em cena que não vai dar certo, porque seu método se baseia no ineditismo e informalidade do primeiro encontro, mas ele reencontra Dona Teresa, a espiritualista que lembra, como Tio Bonmee, suas vidas passadas em Santo Forte. Foi emocionante rever Coutinho, e tenho certeza de que não vou falar só por mim. Não fiquei triste - é o mistério do cinema, que permite às pessoas e coisas permanecerem vivas como imagem e som, mas vai nisso também uma representação de morte, porque o que foi filmado fica congelado no gesto e na fala, repetindo-se igual para todo o sempre. É curioso que esteja escrevendo isso, porque O Congresso Futuristas, de Ari Folman, subverte o conceito. A atriz, Robin Wright, é escaneada e estrela novos filmes, mas se rebela ao descobrir para que sua imagem está sendo utilizada. A revolução virtual - Coutinho podia utilizar tecnologia digital, mas o que lhe interessava eram as pessoas - gente. Enfim, sugiro que leiam o blog e acompanhem o portal, poque vou seguir dando informações sobre destaques do É Tudo Verdade. Amanhã vou ao Rio. Vamos - Dib Carneiro e eu. Gabriel Villela estreia novo infantil com Luana Piovani no Espaço Tom, Jobim, no Jardim Botânico, após O Soldadinho e a Bailarina. Chama-se Mania de Explicação e tem origem no livro de Adriana Falcão. Na sequência, quero ver se ainda pego, no Espaço Botafogo, o painel sobre Helena Solberg e a sessão de autógrafos da primeira mulher homenageada com retrospectiva pelo É Tudo Verdade. Grande Helena. Cada vez gosto mais dela, e de seu cinema. No ano passado, surtei com A Alma da Gente e só agora estou descobrindo A Conexão Brasileira, de 1983, um choque. Na segunda, Helena autografa em São Paulo o livro de Mariana Tavares que disseca sua obra, um lançamento conjunto do É Tudo Verdade com a Imprensa Oficial. E ah, sim, no sábado e domingo à noite, no Rio, nosso endereço será o Teatro do Sesc, em Copacabana, para ver o novo experimento dramatúrgico de Christiane Jatahy, E se Elas Fossem para Moscou. Peça um dia, filme da peça no outro. Estou nos cascos porque, se há coisa de que não duvido, é do talento de Christiane.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.